Essa será uma questão crucial logo mais
conforme entendemos ao estudar detidamente Profecias do Apocalipse e Daniel. Uma
questão que vai além de trabalhar ou não em um dia ou consumir produtos. Mas
uma questão de Adoração. O Dia do SENHOR está diretamente ligado ao SENHOR no
aspecto de reconhecimento Dele como Criador e Mantenedor. Não é um detalhe de
calendário, nem uma pequena alteração por parte de uma tradição religiosa com
fortíssima influência política e econômica. É algo bem mais profundo. Que
merece ser objeto de estudo igualmente profundo.
ATENÇÃO!
"Há necessidade de mais íntimo Estudo da PALAVRA de
DEUS; especialmente devem Daniel e Apocalipse merecer a atenção como nunca
dantes na história de nossa obra".
"Leiamos e estudemos o capítulo doze de Daniel. Ele
é uma advertência que todos nós precisamos compreender antes do tempo de
angústia".
"As Predições do Livro do Apocalipse que ainda não
se cumpriram logo se cumprirão".
"As Solenes Mensagens que foram dadas, em sua ordem,
no Apocalipse, devem ocupar o Primeiro Lugar no espírito do povo de DEUS".
"Assim Diz o SENHOR"
E em vão me
adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens. Negligenciando o
Mandamento de DEUS, guardais a tradição dos homens.
(Marcos 7: 7-8/PALAVRA de DEUS)
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"Há necessidade de Mais Íntimo Estudo da PALAVRA de DEUS; Especialmente devem Daniel e Apocalipse merecer a Atenção como nunca antes na história de nossa obra! A Luz que Daniel Recebeu de DEUS Foi dada especialmente para este tempo.
O Estudo BÍBLICO abaixo aborda as razões do cativeiro babilônico do povo judeu que durou 70 anos. Entre os príncipes cativos estavam Daniel e seus três amigos. Em Babilônia elas passaram por testes e permaneceram leais a DEUS. Assista e compartilhe com seus familiares eamigos.
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Nesta segunda parte, a Agência Adventista Sul-Americana
de Notícias (ASN) conversa um pouco mais a respeito do conteúdo do enigmático
capítulo 11 do Livro de Daniel. O entrevistado é o doutor Roy Gane, professor
de Bíblia Hebraica e Línguas Antigas do Oriente Próximo no Seminário Adventista
do Sétimo Dia de Teologia na Universidade Andrews.
Na primeira parte, Gane falou da relação do capítulo 11
com o capítulo 8, e de interpretações relacionadas ao príncipe da aliança e à
pessoa desprezível (ou homem vil, dependendo da tradução).
De acordo com seus estudos, qual é a principal
preocupação do capítulo 11 para o leitor interessado em profecias?
Daniel 10:14 registra as palavras de um ser celestial que
disse a Daniel o propósito da revelação que ele estava prestes a receber em 11:2-12:3.O ser disse a Daniel: “estou aqui para explicar o que acontecerá com
seu povo no futuro, pois essa visão se refere a um tempo que ainda está por
vir”.
Nós que cremos no Deus de Daniel somos o povo do fim dos
tempos de Daniel. Os eventos finais previstos em 11:40-12:3 estão prestes a
acontecer, porque a profecia foi cumprida até 11:39. Ellen White escreveu: “a
profecia do capítulo onze de Daniel atingiu quase o seu cumprimento completo.
Logo se darão as cenas de perturbação das quais falam as profecias”(Testemunhos Seletos, volume 3, página 283). Portanto, a revelação a Daniel é
para nós também para que entendamos o que vai acontecer conosco. Esse conhecimento
nos fortalece a manter nossa fé em Deus e Sua libertação final (12:1-3), por
meio de circunstâncias violentas e difíceis (11:40-45), incluindo o momento
mais conturbado da história do mundo (Daniel 12:1).
A visão de Daniel 10:14 é a que foi descrita na primeira
parte de Daniel 8. Como resultado de experimentar essa visão, Daniel estava
preocupado e muito chateado sobre a condição de seu povo (judeu) e de sua
cidade e templo, e o que poderia acontecer com ele (9:2-20). Então, Gabriel
respondeu às suas preocupações ao revelar o que aconteceria em um futuro
relativamente próximo, incluindo o momento em que o libertador prometido, o
Messias, apareceria (9:24-27).
Em 11:2-12:3, Daniel recebe muito mais informações sobre
o futuro de seu povo, incluindo eventos que precedem a morte do Messias (no
versículo 22), e depois disso até a segunda vinda de Cristo (12:2-3). Conflitos
e perseguições previstos em Daniel 11trariam direta e indiretamente testes de
fé ao povo de Deus, mas Daniel poderia ser encorajado porque Deus os levaria à
segurança eterna. O povo de Deus não precisa temer a perseguição, o perigo e a
morte na vida presente, porque Ele os ressuscitará “para a vida eterna” (12:2)
quando Jesus vier novamente (1 Tessalonicenses 4:13-17). A presciência de Deus
proporciona a garantia de que Ele sabe o que Seu povo precisa e é capaz de
cumprir Suas promessas a eles.
Daniel 11é a profecia histórica mais detalhada na
Bíblia, demonstrando a precisão da presciência de Deus mais que em qualquer
outra passagem bíblica. As previsões neste capítulo são tão precisas em
detalhes que os estudiosos que não acreditam que Deus revela o futuro tentam
explicar essa precisão alegando que grande parte de Daniel 11 foi escrita
depois dos eventos e descreve o que já aconteceu. Mas a presciência de Deus
prova que Ele é a única divindade real em quem podemos confiar (veja, por
exemplo, Isaías 42:9; 46:9-10), e Daniel 11 é a demonstração suprema disso.
Identidade do rei do sul
O versículo 40 e os próximos no capítulo 11 são considerados
ainda mais obscuros por muitos, pois as imagens ali contidas são vistas por
muitos como difíceis de serem exaustivamente compreendidas. Qual é sua
avaliação sobre o significado da parte final do capítulo?
Podemos identificar os eventos em Daniel 11:2-39 como já
tendo sido cumpridos, incluindo a blasfema auto exaltação da Igreja de Roma
contra Deus nos versículos 36-39 (compare com Daniel 7:8, 25; 8:10-12; 2Tessalonicenses 2:3-4; Apocalipse 13:5-8). Mas não vimos o cumprimento de
Daniel 11:40-45. No entanto, podemos entender alguns aspectos desses versículos
à luz das conexões entre eles e partes anteriores de Daniel 11.
Daniel 11:40 prevê que em/durante (preposição b) “o tempo
do fim, o rei do Sul lutará contra ele”, isto é, o provocará a entrar em combate
mútuo. Aqui ele se refere ao mesmo rei do Norte, ou seja, o chefe da Igreja de
Roma que age nos versículos anteriores da formação desta união igreja-estado no
versículo 23 (ver acima). O rei do Norte rapidamente retalia invadindo e
conquistando terras/países (versículos 40, 42) pertencentes ao rei do Sul,
incluindo Egito, Líbia e Cuxe, que nos tempos antigos incluíam o sul do Egito e
parte do Sudão (versículos 40-43).
No entanto, os territórios da Transjordânia onde o povo
de Edom, Moabe e Amon habitaram nos tempos antigos (agora no país da Jordânia)
serão poupados do “rei do Norte” (versículo 41).
Já sabemos que o rei do Norte no final de Daniel 11 é a
Igreja de Roma, um poder político-religioso. Mas quem é o rei do Sul? Nos
versículos 5 a 17, o rei do Sul era o governante ptolomaico do Egito. Mas
depois da morte de Cristo, no versículo 22, o rei do Sul reaparece nos
versículos 25 a 30. Continuando a descrição da Igreja de Roma dos versículos 23
e 24, os versículos 25-30 predizem uma série de conflitos militares que a
Igreja inicia contra o rei do Sul (versículo 25).
Os versículos 25-30 não se referem explicitamente ao rei
do Norte, mas, como a Igreja de Roma ataca o rei do Sul, fica claro que a
Igreja é governada pelo rei do Norte. A igreja tomou o lugar dos imperadores
romanos que substituíram os reis selêucidas do Norte (ver acima). Não havia um
rei do sul separado durante o período da Roma Imperial, porque o Egito fazia
parte do Império Romano, mas posteriormente o Império Romano foi dividido entre
o norte “cristão” e o sul islâmico durante a Idade Média.
Islamismo
De fato, a Igreja político-religiosa de Roma iniciou uma
séria de “guerras santas” por parte das nações “cristãs” da Europa contra o
poder político-religioso islâmico. O objetivo dos cristãos era tomar dos
muçulmanos a terra de Israel. Isto é, a “terra santa” para onde os peregrinos
cristãos viajavam, fugindo dos muçulmanos. Essas guerras começaram com o
chamado do papa Urbano II, em 1095 d.C., para que os cristãos se unissem e
lançassem a primeira cruzada. No entanto, as nações da “cristandade” acabaram
falhando em manter a “terra santa”, como previsto em Daniel 11:30 (“ele terá
medo e se retirará”).
Agora podemos ver que a profecia sobre a Igreja de Roma
em Daniel 11:23-45 contém três partes. Primeiro, os versículos 23-30 se
concentram em suas atividades políticas até o final das cruzadas. Em segundo
lugar, os versículos 31-39 se concentram nas atividades religiosas da Igreja,
começando com sua remoção anterior (do que as cruzadas) do culto regular a Deus
e o estabelecimento da abominação desoladora (versículo 31; compare 12:11 no
início dos 1.290 dias proféticos) e continuando durante o período anterior ao
“tempo do fim”. A terceira parte de Daniel 11:40-45 retorna às atividades políticas
da igreja durante “o tempo do fim”(veja o versículo 40).
A igreja continua a ser uma força político-religiosa que
atua por meio de estados civis, possuindo poder militar, do qual é aliada. Seu
concorrente e rival continua sendo o mesmo rei do Sul político-religioso contra
quem lutou nas cruzadas: o Islã. Os países que o rei do Norte (= a Igreja de
Roma) invade nos versos 41-43 após sua entrada “na terra gloriosa” (= a terra
de Israel) continuam a ser islâmicos. Assim, os versículos 40-43 preveem o que
poderia ser chamado de “a última cruzada”. A Igreja de Roma e seus aliados
atacarão novamente o poder islâmico, desta vez com sucesso final no
estabelecimento da Igreja como o poder religioso dominante.
No entanto, a satisfação do triunfo pelo “rei do Norte”
durará pouco. O versículo 44 prediz: “Mas, então, chegarão notícias do leste e
do norte que o deixarão alarmado, e ele partirá enfurecido para destruir e
aniquilar muitos”. O que poderia causar tal alarme à Igreja depois de ter
obtido a vitória sobre as forças terrenas? Por que lançará outra campanha,
desta vez não para conquistar território, mas para exterminar pessoas, indicada
pelo mesmo termo hebraico para devoção à destruição total que anteriormente se
aplicava à aniquilação dos ímpios cananeus pelos israelitas (como em
Deuteronômio 20:16-18; Josué 6:21; 8:26)?
Quatro pistas para responder a essas perguntas são
encontradas nos versículos anteriores e posteriores. Primeiro, o versículo 30
diz que depois que “o rei do Norte” se retirasse no final das cruzadas, ele
“ficaria enfurecido e tomaria medidas contra a santa aliança”. Isso significa
que a Igreja de Roma perseguiria aqueles que fossem leais à aliança de Deus
dentro de seu próprio território (compare os versículos 32-35). A história
poderia ser repetida se o versículo 44 significasse que a Igreja se voltaria
contra o povo fiel de Deus após a Última Cruzada.
Em segundo lugar, o “rei do Norte” está prestes a “chegar
ao seu fim, sem ninguém para ajudá-lo” (versículo 45). E isso ocorre apesar de
afirmar seu domínio político-religioso, colocando estrategicamente um quartel
general “entre o mar e o glorioso monte santo”(versículo 45), que se refere ao
monte do templo na terra de Israel.
Isso não significa que a terra de Israel e Jerusalém, com
seu templo monte, continuem a ter um significado especial de aliança para o
povo de Deus (como acreditam os dispensacionalistas futuristas). No entanto,
eles continuam a ter grande importância para a Igreja de Roma e para o Islã.
Apesar de sua supremacia terrena, "o rei do Norte” será destruído por um poder
mais forte, que a previsão paralela em 8:25 identifica como “nenhuma mão
humana”, implicando o poder de Deus. O “rei” ficaria com medo se ouvisse que
Deus estava prestes a acabar com ele e se voltaria contra aqueles que
comunicassem aquela mensagem.
Terceiro, quando o rei do Norte está tentando acabar com
muitas pessoas e chega ao seu fim, “Nessa época, Miguel, o grande príncipe que
guarda seu povo, se levantará” (12:1). Ter o comando do povo de Daniel
significa que Miguel protege (o hebraico literalmente significa “fica por
cima”) o povo fiel de Deus no fim dos tempos. Ele os protege de quê? Nesse
contexto, quem precisa de proteção são as pessoas que são caçadas pelo rei do
Norte.
Quarto, a notícia que alarma o rei do Norte é “do Oriente
e do Norte” (versículo 44). Essas são as direções pelas quais Ciro, governante
persa, veio para conquistar a Babilônia e libertar o povo de Deus (Isaías 41:2,25; 44:28; 45:1-3, 13; 2 Crônicas 36:22-23; Esdras 1; Ciro veio da Pérsia, no
leste, pelo norte para conquistar Babilônia). Elas também são direções que
estão associadas com Deus (norte em Isaías 14:13) e a segunda vinda de Cristo
(leste em Mateus 24:27; veja também Apocalipse 16:12), quando Ele vencerá os
poderes humanos malignos e opressores do Planeta Terra (Apocalipse 19:11-12), e
salvará Seu povo fiel (Apocalipse 20:4; veja também 7:13-17).
Proclamação da Vinda de CRISTO
À luz dos fatores mencionados acima, faz sentido que a
“notícia do Oriente e do Norte” seja a proclamação da segunda vinda de Cristo
por Seu povo leal. Essas pessoas mantêm sua fidelidade ao Deus verdadeiro, o
único que é digno de adoração porque Ele criou tudo (Apocalipse 14:7; conforme
celebrado por Seu sábado do sétimo dia; Êxodo 20:11). Eles se recusam a se
curvar à falsa adoração (Apocalipse 13) que Deus condena (14:8-11). Em vez
disso, eles escolhem guardar os mandamentos de Deus e a fé em Jesus (versículo
12), que destruirá o “iníquo” (2 Tessalonicenses 2:8), isto é, a Igreja de
Roma. Não admira que eles serão vistos como traidores e ameaçados de extermínio
pela Igreja e seus aliados! Mas o povo de Daniel/do fim dos tempos de Deus será
libertado. “Os que forem sábios resplandecerão como o fulgor do firmamento, e
os que conduzirem muitos à justiça brilharão como as estrelas, sempre e
eternamente” (Daniel 12:3).
O Livro de Daniel é considerado uma das obras do gênero
apocalíptico no Antigo Testamento. E o capítulo 11 suscita muitas dúvidas
quanto ao seu significado, especialmente por aqueles que seguem a linha
interpretativa chamada de historicista.
A fim de oferecer uma perspectiva de interpretação do
capítulo, a Agência Adventista Sul-Americana de Notícias (ASN) realizou uma
entrevista acerca desse capítulo, em duas partes, com o teólogo Roy E. Gane.
Ele é professor de Bíblia Hebraica e Línguas Antigas do Oriente Próximo no
Seminário Adventista do Sétimo Dia de Teologia na Universidade Andrews, onde
atua desde 1994.
Gane obteve seu mestrado e doutorado em Língua e
Literatura Hebraica Bíblica na Universidade da Califórnia, Berkeley. Ele serviu
como presidente na Sociedade Teológica Adventista de 2009 a 2010. Ele tem feito
apresentações nos seis continentes em eventos como conferências acadêmicas,
reuniões campais, reuniões de pastores e conferências bíblicas. Ele está
particularmente interessado em explorar maneiras pelas quais os princípios das
leis bíblicas e a adoração do santuário podem guiar e capacitar as pessoas
modernas que optam por aceitar a transformação por Cristo por meio do Espírito
Santo em preparação para a Segunda Vinda de Cristo.
Gane publicou inúmeros artigos para revistas acadêmicas e
capítulos de livros, Lições da Escola Sabatina para adultos sobre Juízes e
Isaías, e ele foi o principal tradutor da porção de Levítico da Common English
Bible (Bíblia em Inglês Comum). Ele publicou vários livros. s publicações de
Gane sobre Daniel 11 incluem Understanding Daniel 11:2-12:3 in Seven Steps (Doral,
FL: Inter-American Division Publishing Association, 2018; em espanhol, Cómo
entender Daniel 11:2-12:3 en siete pasos); “Religious-Political Papacy and
Islamic Power in Daniel 11,” DavarLogos 19/2 (2020): 37-70; “Review of: Jacques
B. Doukhan, Daniel 11 Decoded: An Exegetical, Historical, and Theological Study
(Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 2019)” in Andrews University
Seminary Studies 58 (2020): 152-55; e “Raw Data and Its Implications in
Exegesis of Daniel 11:2b-12:3”, DavarLogos, a ser publicado.
Acompanhe a primeira parte:
O capítulo 11 de Daniel tem um contexto que vem dos
outros capítulos do livro, certo? Você pode falar um pouco sobre esse contexto
que nos ajuda a entender sobre quais eventos o profeta poderia estar falando
neste capítulo?
Sim, o contexto de Daniel 11 vem dos capítulos
anteriores, especialmente de Daniel 8 e 9, que fornecem um quadro histórico. Daniel 11 apresenta a terceira interpretação da visão na primeira parte de
Daniel 8, depois da primeira interpretação na última parte de Daniel 8 e da
segunda interpretação em 9:24-27. Existem algumas correlações específicas,
incluindo o uso de palavras idênticas, entre os versículos de Daniel 11e os
capítulos anteriores. Assim, se entendermos a sucessão de poderes e eventos
históricos em Daniel 8 e 9, podemos localizar partes semelhantes de Daniel 11na história.
Daniel 8:1-12 registra a última visão simbólica,
transmitindo conteúdo histórico do Livro de Daniel. Os versos 13 e 14 relatam
uma conversa entre dois seres celestiais a respeito do tempo em que o
cumprimento da visão terminaria. A resposta para essa questão é “2.300 tardes e
manhãs” (v. 14). Então, o anjo Gabriel dá a Daniel uma explicação basicamente
literal da visão nos versículos 17, 19-26.
A explicação fornece explicitamente um quadro histórico:
O império Medo-Persa seria seguido pela Grécia sob um primeiro rei (claramente
Alexandre, o Grande). Seu império se dividiria em quatro reinos gregos (v.
20-22). Esses reinos, por sua vez, seriam substituídos por um grande poder
destrutivo e enganoso governado por um rei, representado na visão por um
“chifre pequeno”. E que se expandiria horizontalmente como um império político
(v. 9) e então se envolveria em uma guerra político-religiosa contra o que
pertence a Deus (v. 10-13).
De acordo com a explicação, as vítimas deste poder
incluiriam o povo de Deus (v. 23-25). “Chegará a enfrentar na batalha o
Príncipe dos príncipes, mas será quebrado, embora não por força humana” (v. 25;
NVT aqui e abaixo, exceto quando indicado de outra forma); palavras entre
parênteses acrescentadas). Na visão, o Príncipe é “o Príncipe do exército” do
céu, que é atacado por um poder religioso (v. 10, 11; ver também os versículos
12, 13).
Roma
A história nos diz que o poderoso poder destrutivo e
perseguidor que seguiu os quatro reinos gregos foi Roma. Roma era uma república
governada por seu senado, depois foi a Roma Imperial governada por imperadores
e então se tornou um poder político-religioso. O Príncipe que comanda as
hostes/exército deve ser Cristo (compare com Josué 5:13-15; Apocalipse19:11-16). Assim, Roma em sua fase político-religiosa como igreja se levanta
arrogantemente contra Cristo, mas, em última análise, Roma não é destruída por
nenhum poder humano, implicando que o próprio Deus a destrói (compare com Daniel 2:44, 45; 7:26, 27).
Ok, tais relações nós podemos ver no capítulo 8. Mas
existe alguma chave de interpretação para Daniel 11 a partir do estudo do
capítulo 9?
Sim. No capítulo 9, o profeta Daniel estava especialmente
preocupado com o destino de seu povo, a cidade de Jerusalém, e o templo de lá
durante o futuro próximo (Daniel 9:2-19). Então, Gabriel voltou a Daniel para
lhe dar informações adicionais sobre a parte da visão que trata daquele período
da história (v. 21-23).
A explicação de Daniel está registrada nos versículos
24-27, onde ele prevê a vinda de “um ungido”, isto é, o Messias, durante a
última “semana” das “setenta semanas” depois de “um tempo conturbado”. Estas
devem ser “semanas” de anos, porque os eventos históricos que ocorreriam neste
período levariam muito mais tempo do que setenta semanas de dias.
O Messias é chamado de “Príncipe (hebraico nagid)” (v.
25). Ele seria “cortado” e “não teria nada” (v. 26), mas confirmaria (ou
fortaleceria) uma aliança para muitos durante uma “semana” de anos e “colocaria
um fim no sacrifício e ofertas” por “metade da semana”(v. 27). Então, o povo
de outro príncipe destruiria a cidade de Jerusalém e o santuário/templo (v. 26,
27).
À luz do Novo Testamento e da história, esses eventos
profetizam a vinda de Jesus Cristo. Foi Ele quem confirmou a “nova aliança” e
morreu, cumprindo assim o significado dos sacrifícios israelitas e encerrando
seu significado.
Agora, voltando à descrição do capítulo 11, temos uma
descrição de um longo período histórico. Qual sua explicação?
Como expliquei sobre o capítulo 8 de Daniel, Daniel capítulo 11 começa com o império (Medo-) Persa (v. 2) e termina com o
desaparecimento de um poder perseguidor e destrutivo, neste caso chamado de “o
rei do Norte” (v. 40, 45). Assim, o período geral da história é o mesmo nos
dois capítulos.
O início de Daniel 11 fornece um ponto de apoio histórico
ao nomear explicitamente a Pérsia, seguida pela Grécia sob um “poderoso rei”
(que a história identifica como Alexandre, o Grande), cujo império seria
dividido “em direção aos quatros ventos do céu” (vs. 2-4). Isso é paralelo à
sucessão de poderes na visão e explicação registrada em Daniel 8:3-8, 20-22,
mostrando que Daniel 11 é uma interpretação adicional da mesma progressão
histórica.
Daniel 11 contém muitos detalhes, começando com o
conflito entre governantes dinásticos de dois dos quatro reinos gregos,
chamados de “o rei do Sul” e “o rei do Norte (vs. 5-19). O país natal do “rei
do Sul” é o Egito (v. 8), que era governado pelos ptolomeus. Então, a expressão
“o reino do Norte” deve se referir aos governantes selêucidas da Síria. Estes
dois reinos lutaram pela terra de Israel, localizada entre eles.
Príncipe da aliança e pessoa desprezível
O versículo 22 se refere à quebra dos exércitos por um
grande poder, e (a quebra do) “do príncipe [nagid] da aliança”. À luz de Daniel 9:25-27, onde o Messias é o Príncipe que confirma a aliança, 11:22 deve
predizer a morte de Cristo (no coração de Daniel 11). Cristo morreu por volta
de 31 A.D., durante o reinado do imperador romano Tibério César. Assim, a
narrativa profética de Daniel 11 atingiu a época da Roma Imperial, pelo menos
até esse ponto. O versículo 22 continua as ações do mesmo governante, chamado
de “pessoa desprezível”, que foi introduzido no versículo 21. Então, essa
“pessoa” também deve ser romana. As ações desse governante continuam por um
longo período da história com muitos eventos até o final do capítulo no
versículo 45. Portanto, a “pessoa desprezível” deve se referir a uma linhagem
de governantes romanos, pelo menos começando com imperadores, em vez de um
indivíduo.
Depois da morte de Cristo sob Roma no versículo 22, o
versículo 23 diz que “apesar da aliança com ele [a “pessoa desprezível”], ele
usará de engano; subirá e se tornará forte com pouca gente”. Ele também vem “de
surpresa” (v. 24). As mesmas palavras hebraicas para “engano” e “de surpresa”
aparecem anteriormente em 8:25, descrevendo a fase político-religiosa de Roma.
Transição para a Igreja de Roma
Assim, Daniel 11:23 prevê a transição da Roma Imperial
para a Igreja de Roma por meio de uma aliança com o imperador romano, formando
assim uma nova liderança que continua o legado da “pessoa desprezível”. As
palavras “se tornará forte com pouca gente” não podem se referir à Roma
Imperial, que já era forte com muitas pessoas. Essas palavras devem descrever
um novo tipo de governante, agora da igreja, cujo apoio principal veio de um
pequeno grupo (de “cristãos”) que aumenta em força.
O governante da Igreja de Roma se torna “o rei do Norte”
(ver versículo 25, onde ele inicia a guerra com “o rei do Sul”), tendo
substituído os romanos que, por sua vez, substituíram os reis selêucidas do
Norte. Nessa substituição dos selêucidas aos romanos, ver os versículos 19-22,
onde os versículos 20 e 21 começam com a expressão de transição, “se levantará
em lugar dele”, isto é, no lugar do “rei do Norte”, que foi Antíoco III, o
Grande.
De acordo com o versículo 31, as forças “do rei Norte”,
que é a cabeça da Igreja de Roma, profanará o santuário, o refúgio. Eles
removerão o que é regular (hattamid), referindo-se à adoração regular a Deus
por Seu povo na Terra. Além disso, colocarão em seu lugar a falsa adoração,
descrito como abominação desoladora.
Estes são os mesmos eventos previstos com linguagem
semelhante em 8:11-13, referindo-se a ações da fase político-religiosa de Roma,
simbolizada por um “chifre pequeno”. Daniel 11:32-39 descreve, ainda, as
atividades religiosas e a atitude arrogante do mesmo poder perseguidor e
blasfemo da Igreja Romana, expandindo a visão em 8:10-13 e sua interpretação em 8:23-25. Esse poder continua até “o tempo do fim”(11:40-45).
Linhas de interpretação
Você pode falar sobre as principais linhas de
interpretação do significado deste capítulo, considerado um dos mais complexos
do livro?
Sim. Existem quatro chaves principais para identificar as
pessoas e os eventos profetizados em Daniel 11. A falta de reconhecimento
desses fatores e de considerá-los cuidadosamente resultou em muitas
interpretações equivocadas, que tornam o capítulo mais difícil de entender do
que realmente é. As quatro chaves são as seguintes:
Uma delas é o gênero literário. Seguindo a visão
simbólica na primeira parte de Daniel 8, há três explicações/interpretações
desta visão em (1) a última parte de Daniel 8, (2)Daniel 9:24-27 e (3) Daniel 11. A fim de cumprir seu objetivo de fornecer compreensão, essas explicações
usam uma linguagem que é basicamente literal, com algumas figuras de linguagem
(como “virá como turbilhão contra ele” em Daniel 11:40; veja acima).
Só que sem os tipos de símbolos que aparecem em 8:1-12,
onde um carneiro e um bode representam a Média-Pérsia e a Grécia (vs. 20-21).
Daniel 11:2 a 12:3 constitui um discurso em bloco de um ser celestial que
começa com identificações literais explícitas de nações (Pérsia e Grécia no
verso 2b), e não há indicação de que o gênero mude de literal para o resto da
unidade de discurso.Em Daniel 11, “rei” significa rei, “Norte” e “Sul”
significam as direções Norte e Sul, e “Egito” significa o país do Egito, etc. É
interessante ver sobre isso, também, Bennie H. Reynolds III, em Between
Symbolism and Realism: The Use of Symbolic and Non-Symbolic Language in Ancient
Jewish Apocalypses 333-63 B.C.E., 225-227, 377-378.) É verdade que o gênero
geral da profecia apocalíptica, que é representado pelos livros de Daniel e Apocalipse,
é notável por seu uso de símbolos. Mas Daniel inclui subgêneros apocalípticos:
visão simbólica e explicação literal que a acompanha.
Outra chave é a comparação intratextual. A estrutura
histórica de Daniel 11 pode ser identificada identificando características
deste capítulo que se correlacionam com expressões e contextos semelhantes nas
revelações proféticas anteriores em Daniel 8 e 9 e, no mesmo livro, portanto, intratextual. A partir disso, vemos onde Daniel 11 progride da Pérsia à Grécia,
às divisões do império grego, à Roma pagã e à Igreja de Roma, como em Daniel 8.
Outros critérios
Mas há mais dois critérios que devem ser levados em conta
na sua avaliação, certo?
Existe a questão das anáforas. Depois de introduzir um
personagem, Daniel 11 continua a se referir à mesma pessoa ou linha de pessoas
por meio de sujeitos de verbos hebraicos ou por pronomes que podem ser
traduzidos como “ele”, “dele”, etc. Os linguistas os denominam como anáforas.
É importante identificar corretamente a que se referem.
Tarsee Li, professor na Universidade Oakwood, nos EUA, realizou um estudo
cuidadoso das anáforas hebraicas em Daniel 11e desenvolveu uma tradução do
capítulo em inglês codificada por cores, que mostra seus referentes. O material
se chama A Color-Coded Translation of Daniel 11:2b–12:3.
E, por fim, temos a identificação histórica. Estas
identificações deveriam ser feitas somente após análise minuciosa dos perfis
textuais de pessoas e eventos em Daniel 11, considerando os fatores acima
(gênero literário, comparação intratextual e anáforas). Então, esses perfis
devem ser devidamente combinados com pessoas e eventos históricos compreendidos
com precisão. Por exemplo, no versículo 16, “o rei no Norte” toma a terra de
Israel (“terra gloriosa”; compare com Ezequiel 20:6, 15). Então, no versículo
17, ele (“o rei do Norte”) dá sua filha em casamento político ao rei do Sul. Em
seguida, no versículo 18, ele (ainda “o rei do Norte”) é vitorioso em tomar
regiões costeiras, mas é impedido por um “comandante”. No versículo 19, ele (“o
rei do Norte”) retorna à sua terra natal, “mas tropeçará e cairá, e não será
encontrado”.
Todos esses eventos se cumpriram nessa sequência na
carreira do rei selêucida Antíoco II, o Grande (que viveu de 242 a 187 a.C. e
governou de 223 a 187 a.C.). Ele tomou a terra de Israel do reino Ptolomaico,
deu sua filha (Cleópatra I Sira) em casamento a Ptolomeu V, conquistou partes
da Ásia Menor (atual Turquia) e da Grécia (incluindo regiões costeiras), mas
foi derrotado pelo comandante romano Lúcio Cornélio Cipião. Então, ele voltou
para seu território natal e foi assassinado perto de Susa.
Na segunda parte desta entrevista, o doutor Roy Gane
falará sobre as preocupações do capítulo 11 de Daniel, bem como apresentará uma
explicação para os enigmáticos versículos 40 a 45.