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Especial - "Desvendando o Capítulo 11 de Daniel" (Parte 2/2)

                                      É DESSE JEITO!

               

   Nesta segunda parte, a Agência Adventista Sul-Americana de Notícias (ASN) conversa um pouco mais a respeito do conteúdo do enigmático capítulo 11 do Livro de Daniel. O entrevistado é o doutor Roy Gane, professor de Bíblia Hebraica e Línguas Antigas do Oriente Próximo no Seminário Adventista do Sétimo Dia de Teologia na Universidade Andrews.

   Na primeira parte, Gane falou da relação do capítulo 11 com o capítulo 8, e de interpretações relacionadas ao príncipe da aliança e à pessoa desprezível (ou homem vil, dependendo da tradução).

   De acordo com seus estudos, qual é a principal preocupação do capítulo 11 para o leitor interessado em profecias?

   Daniel 10:14 registra as palavras de um ser celestial que disse a Daniel o propósito da revelação que ele estava prestes a receber em 11:2-12:3.O ser disse a Daniel: “estou aqui para explicar o que acontecerá com seu povo no futuro, pois essa visão se refere a um tempo que ainda está por vir”.

   Nós que cremos no Deus de Daniel somos o povo do fim dos tempos de Daniel. Os eventos finais previstos em 11:40-12:3 estão prestes a acontecer, porque a profecia foi cumprida até 11:39. Ellen White escreveu: “a profecia do capítulo onze de Daniel atingiu quase o seu cumprimento completo. Logo se darão as cenas de perturbação das quais falam as profecias” (Testemunhos Seletos, volume 3, página 283). Portanto, a revelação a Daniel é para nós também para que entendamos o que vai acontecer conosco. Esse conhecimento nos fortalece a manter nossa fé em Deus e Sua libertação final (12:1-3), por meio de circunstâncias violentas e difíceis (11:40-45), incluindo o momento mais conturbado da história do mundo (Daniel 12:1).

   A visão de Daniel 10:14 é a que foi descrita na primeira parte de Daniel 8. Como resultado de experimentar essa visão, Daniel estava preocupado e muito chateado sobre a condição de seu povo (judeu) e de sua cidade e templo, e o que poderia acontecer com ele (9:2-20). Então, Gabriel respondeu às suas preocupações ao revelar o que aconteceria em um futuro relativamente próximo, incluindo o momento em que o libertador prometido, o Messias, apareceria (9:24-27).

   Em 11:2-12:3, Daniel recebe muito mais informações sobre o futuro de seu povo, incluindo eventos que precedem a morte do Messias (no versículo 22), e depois disso até a segunda vinda de Cristo (12:2-3). Conflitos e perseguições previstos em Daniel 11 trariam direta e indiretamente testes de fé ao povo de Deus, mas Daniel poderia ser encorajado porque Deus os levaria à segurança eterna. O povo de Deus não precisa temer a perseguição, o perigo e a morte na vida presente, porque Ele os ressuscitará “para a vida eterna” (12:2) quando Jesus vier novamente (1 Tessalonicenses 4:13-17). A presciência de Deus proporciona a garantia de que Ele sabe o que Seu povo precisa e é capaz de cumprir Suas promessas a eles.

   Daniel 11 é a profecia histórica mais detalhada na Bíblia, demonstrando a precisão da presciência de Deus mais que em qualquer outra passagem bíblica. As previsões neste capítulo são tão precisas em detalhes que os estudiosos que não acreditam que Deus revela o futuro tentam explicar essa precisão alegando que grande parte de Daniel 11 foi escrita depois dos eventos e descreve o que já aconteceu. Mas a presciência de Deus prova que Ele é a única divindade real em quem podemos confiar (veja, por exemplo, Isaías 42:9; 46:9-10), e Daniel 11 é a demonstração suprema disso.

                        Identidade do rei do sul

   O versículo 40 e os próximos no capítulo 11 são considerados ainda mais obscuros por muitos, pois as imagens ali contidas são vistas por muitos como difíceis de serem exaustivamente compreendidas. Qual é sua avaliação sobre o significado da parte final do capítulo?

   Podemos identificar os eventos eDaniel 11:2-39 como já tendo sido cumpridos, incluindo a blasfema auto exaltação da Igreja de Roma contra Deus nos versículos 36-39 (compare com Daniel 7:8, 25; 8:10-12; 2Tessalonicenses 2:3-4; Apocalipse 13:5-8). Mas não vimos o cumprimento de Daniel 11:40-45. No entanto, podemos entender alguns aspectos desses versículos à luz das conexões entre eles e partes anteriores de Daniel 11.

   Daniel 11:40 prevê que em/durante (preposição b) “o tempo do fim, o rei do Sul lutará contra ele”, isto é, o provocará a entrar em combate mútuo. Aqui ele se refere ao mesmo rei do Norte, ou seja, o chefe da Igreja de Roma que age nos versículos anteriores da formação desta união igreja-estado no versículo 23 (ver acima). O rei do Norte rapidamente retalia invadindo e conquistando terras/países (versículos 40, 42) pertencentes ao rei do Sul, incluindo Egito, Líbia e Cuxe, que nos tempos antigos incluíam o sul do Egito e parte do Sudão (versículos 40-43). 

   No entanto, os territórios da Transjordânia onde o povo de Edom, Moabe e Amon habitaram nos tempos antigos (agora no país da Jordânia) serão poupados do “rei do Norte” (versículo 41).

   Já sabemos que o rei do Norte no final de Daniel 11 é a Igreja de Roma, um poder político-religioso. Mas quem é o rei do Sul? Nos versículos 5 a 17, o rei do Sul era o governante ptolomaico do Egito. Mas depois da morte de Cristo, no versículo 22, o rei do Sul reaparece nos versículos 25 a 30. Continuando a descrição da Igreja de Roma dos versículos 23 e 24, os versículos 25-30 predizem uma série de conflitos militares que a Igreja inicia contra o rei do Sul (versículo 25).

   Os versículos 25-30 não se referem explicitamente ao rei do Norte, mas, como a Igreja de Roma ataca o rei do Sul, fica claro que a Igreja é governada pelo rei do Norte. A igreja tomou o lugar dos imperadores romanos que substituíram os reis selêucidas do Norte (ver acima). Não havia um rei do sul separado durante o período da Roma Imperial, porque o Egito fazia parte do Império Romano, mas posteriormente o Império Romano foi dividido entre o norte “cristão” e o sul islâmico durante a Idade Média.

       

                                            Islamismo

   De fato, a Igreja político-religiosa de Roma iniciou uma séria de “guerras santas” por parte das nações “cristãs” da Europa contra o poder político-religioso islâmico. O objetivo dos cristãos era tomar dos muçulmanos a terra de Israel. Isto é, a “terra santa” para onde os peregrinos cristãos viajavam, fugindo dos muçulmanos. Essas guerras começaram com o chamado do papa Urbano II, em 1095 d.C., para que os cristãos se unissem e lançassem a primeira cruzada. No entanto, as nações da “cristandade” acabaram falhando em manter a “terra santa”, como previsto em Daniel 11:30 (“ele terá medo e se retirará”).

   Agora podemos ver que a profecia sobre a Igreja de Roma em Daniel 11:23-45 contém três partes. Primeiro, os versículos 23-30 se concentram em suas atividades políticas até o final das cruzadas. Em segundo lugar, os versículos 31-39 se concentram nas atividades religiosas da Igreja, começando com sua remoção anterior (do que as cruzadas) do culto regular a Deus e o estabelecimento da abominação desoladora (versículo 31; compare 12:11 no início dos 1.290 dias proféticos) e continuando durante o período anterior ao “tempo do fim”. A terceira parte de Daniel 11:40-45 retorna às atividades políticas da igreja durante “o tempo do fim” (veja o versículo 40).

   A igreja continua a ser uma força político-religiosa que atua por meio de estados civis, possuindo poder militar, do qual é aliada. Seu concorrente e rival continua sendo o mesmo rei do Sul político-religioso contra quem lutou nas cruzadas: o Islã. Os países que o rei do Norte (= a Igreja de Roma) invade nos versos 41-43 após sua entrada “na terra gloriosa” (= a terra de Israel) continuam a ser islâmicos. Assim, os versículos 40-43 preveem o que poderia ser chamado de “a última cruzada”. A Igreja de Roma e seus aliados atacarão novamente o poder islâmico, desta vez com sucesso final no estabelecimento da Igreja como o poder religioso dominante.

   No entanto, a satisfação do triunfo pelo “rei do Norte” durará pouco. O versículo 44 prediz: “Mas, então, chegarão notícias do leste e do norte que o deixarão alarmado, e ele partirá enfurecido para destruir e aniquilar muitos”. O que poderia causar tal alarme à Igreja depois de ter obtido a vitória sobre as forças terrenas? Por que lançará outra campanha, desta vez não para conquistar território, mas para exterminar pessoas, indicada pelo mesmo termo hebraico para devoção à destruição total que anteriormente se aplicava à aniquilação dos ímpios cananeus pelos israelitas (como em Deuteronômio 20:16-18; Josué 6:21; 8:26)?

   Quatro pistas para responder a essas perguntas são encontradas nos versículos anteriores e posteriores. Primeiro, o versículo 30 diz que depois que “o rei do Norte” se retirasse no final das cruzadas, ele “ficaria enfurecido e tomaria medidas contra a santa aliança”. Isso significa que a Igreja de Roma perseguiria aqueles que fossem leais à aliança de Deus dentro de seu próprio território (compare os versículos 32-35). A história poderia ser repetida se o versículo 44 significasse que a Igreja se voltaria contra o povo fiel de Deus após a Última Cruzada.

   Em segundo lugar, o “rei do Norte” está prestes a “chegar ao seu fim, sem ninguém para ajudá-lo” (versículo 45). E isso ocorre apesar de afirmar seu domínio político-religioso, colocando estrategicamente um quartel general “entre o mar e o glorioso monte santo” (versículo 45), que se refere ao monte do templo na terra de Israel.

   Isso não significa que a terra de Israel e Jerusalém, com seu templo monte, continuem a ter um significado especial de aliança para o povo de Deus (como acreditam os dispensacionalistas futuristas). No entanto, eles continuam a ter grande importância para a Igreja de Roma e para o Islã. Apesar de sua supremacia terrena, "o rei do Norte” será destruído por um poder mais forte, que a previsão paralela em 8:25 identifica como “nenhuma mão humana”, implicando o poder de Deus. O “rei” ficaria com medo se ouvisse que Deus estava prestes a acabar com ele e se voltaria contra aqueles que comunicassem aquela mensagem. 

   Terceiro, quando o rei do Norte está tentando acabar com muitas pessoas e chega ao seu fim, “Nessa época, Miguel, o grande príncipe que guarda seu povo, se levantará” (12:1). Ter o comando do povo de Daniel significa que Miguel protege (o hebraico literalmente significa “fica por cima”) o povo fiel de Deus no fim dos tempos. Ele os protege de quê? Nesse contexto, quem precisa de proteção são as pessoas que são caçadas pelo rei do Norte.

   Quarto, a notícia que alarma o rei do Norte é “do Oriente e do Norte” (versículo 44). Essas são as direções pelas quais Ciro, governante persa, veio para conquistar a Babilônia e libertar o povo de Deus (Isaías 41:2,2544:28; 45:1-3, 13; 2 Crônicas 36:22-23; Esdras 1; Ciro veio da Pérsia, no leste, pelo norte para conquistar Babilônia). Elas também são direções que estão associadas com Deus (norte em Isaías 14:13) e a segunda vinda de Cristo (leste em Mateus 24:27; veja também Apocalipse 16:12), quando Ele vencerá os poderes humanos malignos e opressores do Planeta Terra (Apocalipse 19:11-12), e salvará Seu povo fiel (Apocalipse 20:4; veja também 7:13-17).

                      

                         Proclamação da Vinda de CRISTO

   À luz dos fatores mencionados acima, faz sentido que a “notícia do Oriente e do Norte” seja a proclamação da segunda vinda de Cristo por Seu povo leal. Essas pessoas mantêm sua fidelidade ao Deus verdadeiro, o único que é digno de adoração porque Ele criou tudo (Apocalipse 14:7; conforme celebrado por Seu sábado do sétimo dia; Êxodo 20:11). Eles se recusam a se curvar à falsa adoração (Apocalipse 13) que Deus condena (14:8-11). Em vez disso, eles escolhem guardar os mandamentos de Deus e a fé em Jesus (versículo 12), que destruirá o “iníquo” (2 Tessalonicenses 2:8), isto é, a Igreja de Roma. Não admira que eles serão vistos como traidores e ameaçados de extermínio pela Igreja e seus aliados! Mas o povo de Daniel/do fim dos tempos de Deus será libertado. “Os que forem sábios resplandecerão como o fulgor do firmamento, e os que conduzirem muitos à justiça brilharão como as estrelas, sempre e eternamente” (Daniel 12:3).


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Especial - "Desvendando o Capítulo 11 de Daniel" (Parte 1)

                                              É DESSE JEITO!

                   

O Livro de Daniel é considerado uma das obras do gênero apocalíptico no Antigo Testamento. E o capítulo 11 suscita muitas dúvidas quanto ao seu significado, especialmente por aqueles que seguem a linha interpretativa chamada de historicista.

A fim de oferecer uma perspectiva de interpretação do capítulo, a Agência Adventista Sul-Americana de Notícias (ASN) realizou uma entrevista acerca desse capítulo, em duas partes, com o teólogo Roy E. Gane. Ele é professor de Bíblia Hebraica e Línguas Antigas do Oriente Próximo no Seminário Adventista do Sétimo Dia de Teologia na Universidade Andrews, onde atua desde 1994.

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Gane obteve seu mestrado e doutorado em Língua e Literatura Hebraica Bíblica na Universidade da Califórnia, Berkeley. Ele serviu como presidente na Sociedade Teológica Adventista de 2009 a 2010. Ele tem feito apresentações nos seis continentes em eventos como conferências acadêmicas, reuniões campais, reuniões de pastores e conferências bíblicas. Ele está particularmente interessado em explorar maneiras pelas quais os princípios das leis bíblicas e a adoração do santuário podem guiar e capacitar as pessoas modernas que optam por aceitar a transformação por Cristo por meio do Espírito Santo em preparação para a Segunda Vinda de Cristo.

Gane publicou inúmeros artigos para revistas acadêmicas e capítulos de livros, Lições da Escola Sabatina para adultos sobre Juízes e Isaías, e ele foi o principal tradutor da porção de Levítico da Common English Bible (Bíblia em Inglês Comum). Ele publicou vários livros. s publicações de Gane sobre Daniel 11 incluem Understanding Daniel 11:2-12:3 in Seven Steps (Doral, FL: Inter-American Division Publishing Association, 2018; em espanhol, Cómo entender Daniel 11:2-12:3 en siete pasos); “Religious-Political Papacy and Islamic Power in Daniel 11,” DavarLogos 19/2 (2020): 37-70; “Review of: Jacques B. Doukhan, Daniel 11 Decoded: An Exegetical, Historical, and Theological Study (Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 2019)” in Andrews University Seminary Studies 58 (2020): 152-55; e “Raw Data and Its Implications in Exegesis of Daniel 11:2b-12:3”, DavarLogos, a ser publicado.

                             Acompanhe a primeira parte:

O capítulo 11 de Daniel tem um contexto que vem dos outros capítulos do livro, certo? Você pode falar um pouco sobre esse contexto que nos ajuda a entender sobre quais eventos o profeta poderia estar falando neste capítulo?

Sim, o contexto de Daniel 11 vem dos capítulos anteriores, especialmente de Daniel 8 e 9, que fornecem um quadro histórico. Daniel 11 apresenta a terceira interpretação da visão na primeira parte de Daniel 8, depois da primeira interpretação na última parte de Daniel 8 e da segunda interpretação em 9:24-27. Existem algumas correlações específicas, incluindo o uso de palavras idênticas, entre os versículos de Daniel 11 e os capítulos anteriores. Assim, se entendermos a sucessão de poderes e eventos históricos em Daniel 8 e 9, podemos localizar partes semelhantes de Daniel 11 na história.

                          Chave em Daniel 8

Daniel 8:1-12 registra a última visão simbólica, transmitindo conteúdo histórico do Livro de Daniel. Os versos 13 e 14 relatam uma conversa entre dois seres celestiais a respeito do tempo em que o cumprimento da visão terminaria. A resposta para essa questão é “2.300 tardes e manhãs” (v. 14). Então, o anjo Gabriel dá a Daniel uma explicação basicamente literal da visão nos versículos 17, 19-26.

A explicação fornece explicitamente um quadro histórico: O império Medo-Persa seria seguido pela Grécia sob um primeiro rei (claramente Alexandre, o Grande). Seu império se dividiria em quatro reinos gregos (v. 20-22). Esses reinos, por sua vez, seriam substituídos por um grande poder destrutivo e enganoso governado por um rei, representado na visão por um “chifre pequeno”. E que se expandiria horizontalmente como um império político (v. 9) e então se envolveria em uma guerra político-religiosa contra o que pertence a Deus (v. 10-13).

De acordo com a explicação, as vítimas deste poder incluiriam o povo de Deus (v. 23-25). “Chegará a enfrentar na batalha o Príncipe dos príncipes, mas será quebrado, embora não por força humana” (v. 25; NVT aqui e abaixo, exceto quando indicado de outra forma); palavras entre parênteses acrescentadas). Na visão, o Príncipe é “o Príncipe do exército” do céu, que é atacado por um poder religioso (v. 10, 11; ver também os versículos 12, 13). 

                                             Roma

A história nos diz que o poderoso poder destrutivo e perseguidor que seguiu os quatro reinos gregos foi Roma. Roma era uma república governada por seu senado, depois foi a Roma Imperial governada por imperadores e então se tornou um poder político-religioso. O Príncipe que comanda as hostes/exército deve ser Cristo (compare com Josué 5:13-15; Apocalipse19:11-16). Assim, Roma em sua fase político-religiosa como igreja se levanta arrogantemente contra Cristo, mas, em última análise, Roma não é destruída por nenhum poder humano, implicando que o próprio Deus a destrói (compare com Daniel 2:44, 45; 7:26, 27).

Ok, tais relações nós podemos ver no capítulo 8. Mas existe alguma chave de interpretação para Daniel 11 a partir do estudo do capítulo 9?

Sim. No capítulo 9, o profeta Daniel estava especialmente preocupado com o destino de seu povo, a cidade de Jerusalém, e o templo de lá durante o futuro próximo (Daniel 9:2-19). Então, Gabriel voltou a Daniel para lhe dar informações adicionais sobre a parte da visão que trata daquele período da história (v. 21-23).

A explicação de Daniel está registrada nos versículos 24-27, onde ele prevê a vinda de “um ungido”, isto é, o Messias, durante a última “semana” das “setenta semanas” depois de “um tempo conturbado”. Estas devem ser “semanas” de anos, porque os eventos históricos que ocorreriam neste período levariam muito mais tempo do que setenta semanas de dias.

O Messias é chamado de “Príncipe (hebraico nagid)” (v. 25). Ele seria “cortado” e “não teria nada” (v. 26), mas confirmaria (ou fortaleceria) uma aliança para muitos durante uma “semana” de anos e “colocaria um fim no sacrifício e ofertas” por “metade da semana” (v. 27). Então, o povo de outro príncipe destruiria a cidade de Jerusalém e o santuário/templo (v. 26, 27).

À luz do Novo Testamento e da história, esses eventos profetizam a vinda de Jesus Cristo. Foi Ele quem confirmou a “nova aliança” e morreu, cumprindo assim o significado dos sacrifícios israelitas e encerrando seu significado.

Agora, voltando à descrição do capítulo 11, temos uma descrição de um longo período histórico. Qual sua explicação?

Como expliquei sobre o capítulo 8 de Daniel, Daniel capítulo 11 começa com o império (Medo-) Persa (v. 2) e termina com o desaparecimento de um poder perseguidor e destrutivo, neste caso chamado de “o rei do Norte” (v. 40, 45). Assim, o período geral da história é o mesmo nos dois capítulos.

O início de Daniel 11 fornece um ponto de apoio histórico ao nomear explicitamente a Pérsia, seguida pela Grécia sob um “poderoso rei” (que a história identifica como Alexandre, o Grande), cujo império seria dividido “em direção aos quatros ventos do céu” (vs. 2-4). Isso é paralelo à sucessão de poderes na visão e explicação registrada em Daniel 8:3-8, 20-22, mostrando que Daniel 11 é uma interpretação adicional da mesma progressão histórica.

Daniel 11 contém muitos detalhes, começando com o conflito entre governantes dinásticos de dois dos quatro reinos gregos, chamados de “o rei do Sul” e “o rei do Norte (vs. 5-19). O país natal do “rei do Sul” é o Egito (v. 8), que era governado pelos ptolomeus. Então, a expressão “o reino do Norte” deve se referir aos governantes selêucidas da Síria. Estes dois reinos lutaram pela terra de Israel, localizada entre eles.

                   Príncipe da aliança e pessoa desprezível

O versículo 22 se refere à quebra dos exércitos por um grande poder, e (a quebra do) “do príncipe [nagid] da aliança”. À luz de Daniel 9:25-27, onde o Messias é o Príncipe que confirma a aliança, 11:22 deve predizer a morte de Cristo (no coração de Daniel 11). Cristo morreu por volta de 31 A.D., durante o reinado do imperador romano Tibério César. Assim, a narrativa profética de Daniel 11 atingiu a época da Roma Imperial, pelo menos até esse ponto. O versículo 22 continua as ações do mesmo governante, chamado de “pessoa desprezível”, que foi introduzido no versículo 21. Então, essa “pessoa” também deve ser romana. As ações desse governante continuam por um longo período da história com muitos eventos até o final do capítulo no versículo 45. Portanto, a “pessoa desprezível” deve se referir a uma linhagem de governantes romanos, pelo menos começando com imperadores, em vez de um indivíduo.

Depois da morte de Cristo sob Roma no versículo 22, o versículo 23 diz que “apesar da aliança com ele [a “pessoa desprezível”], ele usará de engano; subirá e se tornará forte com pouca gente”. Ele também vem “de surpresa” (v. 24). As mesmas palavras hebraicas para “engano” e “de surpresa” aparecem anteriormente em 8:25, descrevendo a fase político-religiosa de Roma.

                     Transição para a Igreja de Roma

Assim, Daniel 11:23 prevê a transição da Roma Imperial para a Igreja de Roma por meio de uma aliança com o imperador romano, formando assim uma nova liderança que continua o legado da “pessoa desprezível”. As palavras “se tornará forte com pouca gente” não podem se referir à Roma Imperial, que já era forte com muitas pessoas. Essas palavras devem descrever um novo tipo de governante, agora da igreja, cujo apoio principal veio de um pequeno grupo (de “cristãos”) que aumenta em força.

O governante da Igreja de Roma se torna “o rei do Norte” (ver versículo 25, onde ele inicia a guerra com “o rei do Sul”), tendo substituído os romanos que, por sua vez, substituíram os reis selêucidas do Norte. Nessa substituição dos selêucidas aos romanos, ver os versículos 19-22, onde os versículos 20 e 21 começam com a expressão de transição, “se levantará em lugar dele”, isto é, no lugar do “rei do Norte”, que foi Antíoco III, o Grande.

De acordo com o versículo 31, as forças “do rei Norte”, que é a cabeça da Igreja de Roma, profanará o santuário, o refúgio. Eles removerão o que é regular (hattamid), referindo-se à adoração regular a Deus por Seu povo na Terra. Além disso, colocarão em seu lugar a falsa adoração, descrito como abominação desoladora.

Estes são os mesmos eventos previstos com linguagem semelhante em 8:11-13, referindo-se a ações da fase político-religiosa de Roma, simbolizada por um “chifre pequeno”. Daniel 11:32-39 descreve, ainda, as atividades religiosas e a atitude arrogante do mesmo poder perseguidor e blasfemo da Igreja Romana, expandindo a visão em 8:10-13 e sua interpretação em 8:23-25. Esse poder continua até “o tempo do fim” (11:40-45).

                        Linhas de interpretação

Você pode falar sobre as principais linhas de interpretação do significado deste capítulo, considerado um dos mais complexos do livro? 

Sim. Existem quatro chaves principais para identificar as pessoas e os eventos profetizados em Daniel 11. A falta de reconhecimento desses fatores e de considerá-los cuidadosamente resultou em muitas interpretações equivocadas, que tornam o capítulo mais difícil de entender do que realmente é. As quatro chaves são as seguintes:

Uma delas é o gênero literário. Seguindo a visão simbólica na primeira parte de Daniel 8, há três explicações/interpretações desta visão em (1) a última parte de Daniel 8, (2) Daniel 9:24-27 e (3) Daniel 11. A fim de cumprir seu objetivo de fornecer compreensão, essas explicações usam uma linguagem que é basicamente literal, com algumas figuras de linguagem (como “virá como turbilhão contra ele” em Daniel 11:40; veja acima).

Só que sem os tipos de símbolos que aparecem em 8:1-12, onde um carneiro e um bode representam a Média-Pérsia e a Grécia (vs. 20-21). Daniel 11:2 a 12:3 constitui um discurso em bloco de um ser celestial que começa com identificações literais explícitas de nações (Pérsia e Grécia no verso 2b), e não há indicação de que o gênero mude de literal para o resto da unidade de discurso. Em Daniel 11, “rei” significa rei, “Norte” e “Sul” significam as direções Norte e Sul, e “Egito” significa o país do Egito, etc. É interessante ver sobre isso, também, Bennie H. Reynolds III, em Between Symbolism and Realism: The Use of Symbolic and Non-Symbolic Language in Ancient Jewish Apocalypses 333-63 B.C.E., 225-227, 377-378.) É verdade que o gênero geral da profecia apocalíptica, que é representado pelos livros de Daniel e Apocalipse, é notável por seu uso de símbolos. Mas Daniel inclui subgêneros apocalípticos: visão simbólica e explicação literal que a acompanha.

Outra chave é a comparação intratextual. A estrutura histórica de Daniel 11 pode ser identificada identificando características deste capítulo que se correlacionam com expressões e contextos semelhantes nas revelações proféticas anteriores em Daniel 8 e 9 e, no mesmo livro, portanto, intratextual. A partir disso, vemos onde Daniel 11 progride da Pérsia à Grécia, às divisões do império grego, à Roma pagã e à Igreja de Roma, como em Daniel 8.

                       Outros critérios

Mas há mais dois critérios que devem ser levados em conta na sua avaliação, certo?

Existe a questão das anáforas. Depois de introduzir um personagem, Daniel 11 continua a se referir à mesma pessoa ou linha de pessoas por meio de sujeitos de verbos hebraicos ou por pronomes que podem ser traduzidos como “ele”, “dele”, etc. Os linguistas os denominam como anáforas.

É importante identificar corretamente a que se referem. Tarsee Li, professor na Universidade Oakwood, nos EUA, realizou um estudo cuidadoso das anáforas hebraicas em Daniel 11 e desenvolveu uma tradução do capítulo em inglês codificada por cores, que mostra seus referentes. O material se chama A Color-Coded Translation of Daniel 11:2b–12:3. 

E, por fim, temos a identificação histórica. Estas identificações deveriam ser feitas somente após análise minuciosa dos perfis textuais de pessoas e eventos em Daniel 11, considerando os fatores acima (gênero literário, comparação intratextual e anáforas). Então, esses perfis devem ser devidamente combinados com pessoas e eventos históricos compreendidos com precisão. Por exemplo, no versículo 16, “o rei no Norte” toma a terra de Israel (“terra gloriosa”; compare com Ezequiel 20:6, 15). Então, no versículo 17, ele (“o rei do Norte”) dá sua filha em casamento político ao rei do Sul. Em seguida, no versículo 18, ele (ainda “o rei do Norte”) é vitorioso em tomar regiões costeiras, mas é impedido por um “comandante”. No versículo 19, ele (“o rei do Norte”) retorna à sua terra natal, “mas tropeçará e cairá, e não será encontrado”.

Todos esses eventos se cumpriram nessa sequência na carreira do rei selêucida Antíoco II, o Grande (que viveu de 242 a 187 a.C. e governou de 223 a 187 a.C.). Ele tomou a terra de Israel do reino Ptolomaico, deu sua filha (Cleópatra I Sira) em casamento a Ptolomeu V, conquistou partes da Ásia Menor (atual Turquia) e da Grécia (incluindo regiões costeiras), mas foi derrotado pelo comandante romano Lúcio Cornélio Cipião. Então, ele voltou para seu território natal e foi assassinado perto de Susa.

Na segunda parte desta entrevista, o doutor Roy Gane falará sobre as preocupações do capítulo 11 de Daniel, bem como apresentará uma explicação para os enigmáticos versículos 40 a 45.

                                                   

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História da Redenção - "O Plano da Salvação" (Mensagem+)

 

O Céu encheu-se de tristeza quando se compreendeu que o homem estava perdido, e que o mundo que DEUS criara deveria encher-se de mortais condenados à miséria, enfermidade e morte, e não haveria um meio de livramento para o transgressor. A família inteira de Adão deveria morrer. Vi o adorável JESUS, e contemplei uma expressão de simpatia e tristeza em Seu rosto. Logo eu O vi aproximar-Se da luz extraordinariamente brilhante que cercava o PAI. Disse meu Anjo assistente: Ele está em conversa íntima com o PAI. A ansiedade dos Anjos parecia ser intensa enquanto JESUS Se comunicava com Seu PAI. Três vezes foi encerrado pela luz gloriosa que havia em redor do PAI; e na terceira vez Ele veio de Seu PAI, e podia-se ver a Sua pessoa. Seu semblante estava calmo, livre de toda a perplexidade e inquietação, e resplandecia de benevolência e amabilidade, tais como não podem exprimir as palavras.

   Fez então saber à Hoste Angélica que um meio de livramento fora estabelecido para o homem perdido. Dissera-lhes que estivera a pleitear com Seu PAI, e oferecera-SE para dar Sua vida como resgate, e tomar sobre Si a sentença de morte, a fim de que por meio DELE o homem pudesse encontrar perdão; que pelos méritos de Seu Sangue, e Obediência à Lei Divina, ele poderia ter o Favor de DEUS, e ser trazido para o belo jardim e comer do fruto da árvore da vida.

   A princípio os Anjos não puderam regozijar-se, pois seu Comandante nada escondeu deles, mas desvendou-lhes o Plano da Salvação. JESUS lhes disse que ficaria entre a ira de Seu PAI e o homem culpado, que Ele arrostaria a iniquidade e o escárnio, e que poucos apenas O receberiam como o FILHO de DEUS. Quase todos O odiariam e rejeitariam. Ele deixaria toda a Sua Glória no Céu, apareceria na Terra como um homem, humilhar-Se-ia como um homem, familiarizar-Se-ia pela Sua própria experiência com as várias tentações com que o homem seria assediado, a fim de que pudesse saber como socorrer os que fossem tentados; e que, finalmente, depois que Sua Missão como Ensinador se cumprisse, seria entregue nas mãos dos homens, e suportaria quantas crueldades e sofrimentos Satanás e seus anjos pudessem inspirar ímpios homens a infligir; que Ele morreria a mais cruel das mortes, suspenso entre o céu e a terra, como um pecador criminoso; que sofreria terríveis horas de agonia, com que o sofrimento físico de nenhuma maneira se poderia comparar. O peso dos pecados do mundo inteiro estaria sobre Ele. Disse-lhes que morreria, e ressuscitaria no terceiro dia, e ascenderia a Seu PAI para interceder pelo homem transviado e culposo.

               Um meio possível de Salvação 

   Os anjos prostraram-se diante DELE. Ofereceram suas vidas. JESUS lhes disse que pela Sua morte Salvaria a muitos; que a vida de um Anjo não poderia pagar a dívida. Sua vida unicamente poderia ser aceita por Seu PAI como resgate pelo homem. JESUS também lhes disse que teriam uma parte a desempenhar — estar com Ele, e O fortalecer em várias ocasiões. Que Ele tomaria a natureza decaída do homem, e Sua força não seria nem mesmo igual à deles. E seriam testemunhas de Sua humilhação e grandes sofrimentos. E, ao testemunharem Seus sofrimentos e o ódio dos homens para com Ele, agitar-se-iam pelas mais profundas emoções, e pelo seu amor para com Ele desejariam livrá-Lo, libertá-Lo de Seus assassinos; mas que não deveriam intervir para impedir qualquer coisa que vissem; e que desempenhariam uma parte em Sua ressurreição; que o Plano da Salvação estava ideado, e Seu PAI aceitaria esse Plano.                             

   Com santa tristeza JESUS consolou e animou os Anjos, e os informou de que dali em diante aqueles que Ele remisse estariam com Ele, e com Ele sempre morariam; e que pela Sua morte resgataria a muitos, e destruiria aquele que tinha o poder da morte. E Seu PAI Lhe daria o Reino, e a Grandeza do Reino sob todo o Céu, e Ele o possuiria para todo o sempre. Satanás e os pecadores seriam destruídos para nunca mais perturbarem o Céu, ou a Nova Terra purificada. JESUS ordenou que o Exército Celestial se conformasse com o Plano que Seu PAI aceitara, e se regozijassem de que o homem decaído de novo pudesse ser exaltado mediante a Sua morte, a fim de obter o Favor de DEUS e gozar o Céu.

   Então a alegria, inexprimível alegria, encheu os Céus. E a hoste celestial cantou um cântico de louvor e adoração. Tocaram harpas e cantaram em tom mais alto do que o tinham feito antes, pela grande misericórdia e condescendência de DEUS, entregando o Seu mui amado para morrer por uma raça de rebeldes. Derramaram-se louvor e adoração pela abnegação e sacrifício de JESUS; por consentir Ele em deixar o seio de Seu PAI e optar por uma vida de sofrimento e angústia, e morrer uma morte ignominiosa a fim de dar Sua vida por outros.

   Disse meu Anjo assistente: Pensais que o PAI entregou Seu mui amado Filho sem esforço? Não, absolutamente. Foi mesmo uma luta, para o DEUS do Céu, decidir se deixaria o homem culpado perecer, ou dar Seu amado Filho para morrer por ele. Os Anjos estavam tão interessados na Salvação do homem que se podiam encontrar entre eles os que deixariam sua glória e dariam a vida pelo homem que ia perecer. Mas, disse o Anjo, isto nada adiantaria. A transgressão era tão grande que a vida de um Anjo não pagaria a dívida. Nada a não ser a morte e intercessão de SEU FILHO pagaria essa dívida, e Salvaria o homem perdido da tristeza e miséria sem esperanças.

   Mas foi aos Anjos designada a obra de subirem e descerem com bálsamo fortalecedor, trazido da glória, a fim de mitigar ao FILHO do homem os Seus sofrimentos, e ministrar-Lhe. Seria também sua obra proteger e guardar os súditos da graça, contra os anjos maus e as trevas que constantemente Satanás arremessa em redor deles. Vi que era impossível a DEUS alterar ou mudar SUA Lei, para salvar o homem perdido, e que ia perecer; portanto, Ele consentiu em que Seu amado FILHO morresse pela transgressão do homem.

   Satanás de novo regozijou-se com seus anjos de que, ocasionando a queda do homem, pudesse ele retirar o FILHO de DEUS de Sua exaltada posição. Disse a seus anjos que, quando JESUS tomasse a natureza do homem decaído, poderia derrotá-Lo, e impedir a realização do Plano da Salvação.

   Foi-me então mostrado Satanás como havia sido: um Anjo Feliz e Elevado. Em seguida ele foi-me mostrado como se acha agora. Ainda tem formas régias. Suas feições ainda são nobres, pois é um anjo, ainda que decaído. Mas a expressão de seu rosto está cheia de ansiedade, cuidados, infelicidade, maldade, ódio, nocividade, engano e todo mal. Aquele semblante que fora tão nobre, notei-o particularmente. Sua fronte, logo acima dos olhos, começava a recuar. Vi que ele se havia aviltado durante tanto tempo que toda a boa qualidade se rebaixara, e todo o mau traço se desenvolvera. Seu olhar era astuto e dissimulado, e mostrava grande penetração. Sua constituição era ampla; mas a carne lhe pendia frouxamente nas mãos e no rosto. Quando o vi, apoiava o queixo sobre a mão esquerda. Parecia estar em profundos pensamentos. Tinha um sorriso no rosto, o qual me fez tremer, tão cheio de maldade e dissimulação satânica era ele. Este sorriso é o que ele tem precisamente antes de segurar sua vítima; e, ao fixá-la em sua cilada, tal sorriso se torna horrível.

   Em humilde e inexprimível tristeza Adão e Eva deixaram o aprazível jardim onde tinham sido tão felizes antes de sua desobediência aos Mandamentos de DEUS. A atmosfera estava mudada. Não era mais invariável como antes da transgressão. DEUS vestiu-os com roupas de pele para protegê-los da sensação de frio e calor a que estavam expostos.

                    A Imutável Lei de DEUS 

   Todo o Céu pranteou como resultado da desobediência e queda de Adão e Eva, a qual trouxe a ira de DEUS sobre a raça humana. Foram cortados da comunicação com DEUS e precipitados em desesperadora miséria. A Lei de DEUS não podia ser mudada para atender as necessidades humanas, pois no planejamento divino ela jamais iria perder a sua força nem dispensar a mínima parte de seus reclamos.

   Os Anjos de DEUS foram comissionados a visitar o decaído par e informá-los de que embora não pudessem mais reter a posse de seu estado santo, seu lar edênico, por causa da transgressão da Lei de DEUS, seu caso não era, contudo, sem esperança. Foram então informados de que o FILHO de DEUS, que conversara com eles no Éden, fora tocado de piedade ao contemplar sua desesperada condição, e voluntariamente tomara sobre Si a punição devida a eles, e morreria para que o homem pudesse viver, mediante a fé na expiação que CRISTO propôs fazer por ele. Mediante CRISTO a Porta da Esperança estava aberta, para que o homem, não obstante seu grande pecado, não ficasse sob o absoluto controle de Satanás. A fé nos Méritos do FILHO de DEUS elevaria o homem de tal maneira que ele poderia resistir aos enganos de Satanás. Um período de graça ser-lhe-ia concedido pelo qual, mediante uma vida de arrependimento e fé na Expiação do FILHO de DEUS, ele pudesse ser redimido de sua transgressão da Lei do PAI, e assim ser elevado a uma posição em que seus esforços para guardar SUA Lei fossem aceitos.

   Os Anjos relataram-lhes a tristeza que sentiram no Céu, quando foi anunciado que eles tinham transgredido a Lei de DEUS, o que tornou necessário que CRISTO fizesse o grande sacrifício de Sua própria preciosa vida.

   Quando Adão e Eva compreenderam quão exaltada e sagrada era a Lei de DEUS, cuja transgressão fez necessário um dispendioso sacrifício para salvá-los e a sua posteridade da ruína total, pleitearam sua própria morte, ou que eles e sua posteridade fossem deixados a sofrer a punição de sua transgressão, de preferência a que o amado FILHO de DEUS fizesse este Grande Sacrifício. A angústia de Adão aumentou. Viu que seus pecados eram de tão grande magnitude que envolviam terríveis consequências. Seria possível que o Honrado Comandante Celestial, que tinha andado com ele e com ele conversado quando de sua santa inocência, a quem os Anjos honravam e adoravam, seria possível que Ele tivesse de Se rebaixar de Sua exaltada posição para morrer por causa da transgressão dele?

   A Lei de JEOVÁ, o fundamento de Seu Governo no Céu e na Terra, era tão Sagrada como Ele próprio; e por esta razão a vida de um Anjo não podia ser aceita por DEUS como sacrifício por sua transgressão. Sua Lei é mais importante a Seus olhos, do que os Santos Anjos ao redor de Seu Trono. O PAI não podia abolir nem mudar um preceito de Sua Lei para socorrer o homem em sua condição perdida. Mas, o FILHO de DEUS, que em associação com o PAI criara o homem, podia fazer pelo homem uma expiação aceitável a DEUS, dando Sua vida em sacrifício e arrostando a ira de Seu PAI. Os Anjos informaram a Adão que, como sua transgressão tinha produzido morte e infelicidade, Vida e Imortalidade seriam produzidas mediante o Sacrifício de JESUS CRISTO.

                     Uma visão do futuro 

   A Adão foram revelados importantes Eventos Futuros, de sua expulsão do Éden ao dilúvio e progressivamente até o Primeiro Advento de CRISTO sobre a Terra; Seu Amor por Adão e sua posteridade levaria o FILHO de DEUS a condescender em tomar a natureza humana, e assim elevar, mediante Sua própria humilhação, todos aqueles que NELE cressem. Tal Sacrifício era de suficiente valor para Salvar o mundo inteiro; mas apenas uns poucos se beneficiariam da Salvação a eles levada por um tão maravilhoso Sacrifício. Muitos não se satisfariam com as condições requeridas deles para serem participantes de Sua Grande Salvação. Eles prefeririam o pecado e transgressão da Lei de DEUS antes que Arrependimento e Obediência, confiando pela fé nos Méritos do Sacrifício Oferecido. Este Sacrifício era de um valor tão infinito que tornava o homem que dele se prevalecesse, mais precioso do que o ouro fino, mais precioso mesmo que uma cunha de ouro de Ofir.

   Adão foi transportado através de sucessivas gerações e viu o incremento do crime, da culpa e degradação, porque o homem render-se-ia às sua fortes inclinações naturais para transgredir a Santa Lei de DEUS. Foi-lhe mostrada a maldição de DEUS caindo cada vez mais pesadamente sobre a raça humana, sobre os animais e sobre a Terra, por causa da contínua transgressão do homem. Viu que a iniquidade e a violência aumentariam constantemente; contudo em meio a toda maré da miséria e infortúnio humanos, existiram sempre uns poucos que preservariam o Conhecimento de DEUS e permaneceriam imaculados em meio à degeneração moral prevalecente. Adão foi levado a compreender o que o pecado é: transgressão da Lei. Foi-lhe mostrado que a degenerescência moral, mental e física seria para a raça o resultado da transgressão, até que o mundo se encheria com a miséria humana de toda espécie.

   Os dias do homem foram encurtados por seu próprio curso de pecados na transgressão da Justa Lei de DEUS. A raça foi afinal tão grandemente rebaixada que parecia inferior e quase sem valor. Os homens foram em geral incapazes de apreciar o Mistério do Calvário, os grandes e elevados fatos da Expiação, e o Plano da Salvação, por causa da condescendência da mente carnal. Contudo, não obstante a debilidade, e enfraquecimento do poder mental, moral e físico da raça humana, CRISTO, fiel ao propósito pelo qual deixara o Céu, mantém o Seu interesse pelos fracos, desvalidos e degenerados espécimes de humanidade, e convida-os a ocultar NELE suas fraquezas e grandes deficiências. Se vierem a Ele, Ele suprirá todas as suas necessidades.

                      A Oferta Sacrifical 

   Quando Adão, de acordo com as especiais determinações de DEUS, fez uma oferta pelo pecado, isto foi para ele a mais penosa cerimônia. Sua mão devia levantar-se para tirar a vida, que somente DEUS podia dar, e fazer uma oferta pelo pecado. Pela primeira vez teria de testemunhar a morte. Ao olhar para a vítima ensanguentada, contorcendo-se nas agonias da morte, ele devia contemplar pela fé o FILHO de DEUS, a quem a vítima prefigurava, e que devia morrer em Sacrifício pelo homem.

   Esta oferta cerimonial, ordenada por DEUS, devia ser para Adão, uma perpétua recordação de sua culpa, e também um penitente reconhecimento de seu pecado. Este ato de tomar a vida deu a Adão um profundo e mais perfeito senso de sua transgressão, que nada menos que a morte do Amado FILHO de DEUS podia expiar. Maravilhou-se ante a infinita bondade e incomparável amor que podia dar tal resgate para salvar o culpado. Ao matar Adão a inocente vítima, pareceu-lhe estar derramando o Sangue do FILHO de DEUS por sua própria mão. Sabia que se tivesse permanecido firme em DEUS e leal à Sua Santa Lei, não teria existido a morte de animais nem de homens. Todavia, nas ofertas sacrificais, que apontavam para a Grande e Perfeita Oferta do Amado FILHO de DEUS, aparecia a Estrela da Esperança para iluminar o escuro e terrível futuro e aliviá-los desta completa desesperança e ruína.

   No começo, o chefe de cada família era considerado governador e sacerdote de sua própria casa. Depois, ao multiplicar-se a raça sobre a Terra, homens divinamente apontados realizaram este solene culto de sacrifício pelo povo. O sangue dos animais devia ser associado na mente dos pecadores com o Sangue do FILHO de DEUS. A morte da vítima devia evidenciar a todos que o castigo do pecado era a morte. Pelo ato do sacrifício o pecador reconhecia sua culpa e manifestava sua fé, olhando para o grande e perfeito sacrifício do FILHO de DEUS, que as ofertas de animais prefiguravam. Sem a Expiação do FILHO de DEUS não poderia haver comunicação de Bênçãos ou Salvação de DEUS ao homem. DEUS tinha zelo pela Honra de SUA Lei. A transgressão desta Lei causou uma terrível separação entre DEUS e o homem. A Adão em sua inocência fora assegurada comunhão, direta, livre e feliz, com seu CRIADOR. Depois de sua transgressão DEUS Se comunicaria com o homem mediante CRISTO e os Anjos.

História da Redenção- "A Queda de Lúcifer" (Mensagem+)

 

História da Redenção- "Criação do Mundo" (Mensagem+)


História da Redenção- "Consequências da Rebelião" (Mensagem+)




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Os Grandes Temas da BÍBLIA - "SEGUNDA VINDA" (Parte 1/2)



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 Os Grandes Temas da BÍBLIA – “SAÚDE” (Parte 1/2)


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