É DESSE JEITO!
INTRODUÇÃO
HISTÓRICA E TEOLÓGICA
As Mensagens dos
Três Anjos que se encontram em Apocalipse 14 são centrais nos ensinos e
conselhos de Ellen G. White. Para ela, não são teorias especulativas. Ela
viveu-as. A sua vida estava “entrelaçada” com elas. Ela experimentou cada
mensagem historicamente, quando ela e os seus companheiros Adventistas passaram
da expectativa ao desapontamento e, depois, à descoberta mais profunda.
As declarações reunidas nesta compilação apoiam-se no
quadro das palavras das ESCRITURAS - especificamente Apocalipse 14:6-16 e
18:1-5. O Livro de Apocalipse é de grande importância para aqueles que vivem
nos últimos dias da história humana. Ele revela o grande conflito
cósmico-histórico entre CRISTO e Satanás desde o seu começo, nas esferas
celestiais, o seu desenvolvimento ao longo da história humana (Apocalipse 12) e
o triunfo final de CRISTO e dos Seus seguidores. Ellen G. White refere-se a
este livro crucial como sendo o lugar onde as Profecias de Daniel são “descerradas” e onde “todos os Livros da BÍBLIA se encontram e se cumprem” Ela
enfatizou que “as solenes Mensagens que foram dadas, na sua ordem, no
Apocalipse, devem ocupar o primeiro lugar no espírito do povo de DEUS”.
Dentro do Livro de Apocalipse, as Mensagens dos Três Anjos de Apocalipse 14:6-12 proclamam os últimos avisos a um mundo impenitente
em preparação para a Gloriosa Segunda Vinda de CRISTO (versículos 14-20). A Primeira Mensagem Proclama o Evangelho Eterno de DEUS no contexto da hora do
Seu Juízo, chamando o povo a “adorar aquele que fez o céu e a terra, o mar e as
fontes das águas” (versículo 7). A Segunda Mensagem anuncia a queda de
todos os falsos sistemas e ideologias religiosos (versículo 8). E a Terceira Mensagem descreve a polarização final da Humanidade entre “os que Guardam os Mandamentos de DEUS e a fé de JESUS” e aqueles que seguem os ensinos
da besta e da sua imagem (versículo 12).
Eventos importantes do século XVIII - especialmente o
terremoto de Lisboa, de 1755, e o aprisionamento do Papa Pio VI, em 1798 -,
geraram um interesse renovado na Profecia Bíblica, com ênfase nos livros de
Daniel e Apocalipse. Diversos expositores Protestantes contemporâneos
associaram os Três Anjos de Apocalipse 14 com Martinho Lutero, João Calvino e a
Igreja de Inglaterra. No entanto, em 1813, o expositor escocês da Profecia Bíblica William Cuninghame (c. 1775-1849) reconheceu que esses Reformadores
“nem sequer pregaram em toda a Europa cristã” e, assim, não cumpriram o âmbito
mundial da Mensagem do Primeiro Anjo. Embora acreditasse que o Primeiro Anjo
tinha começado a sua missão através das recém-estabelecidas Sociedades
Bíblicas, via as Mensagens do Segundo e do Terceiro Anjos como estando ainda no
futuro.
Numa altura em que o mundo se debatia com a falta de
liberdade religiosa, a América do Norte proporcionou um porto seguro para o
cumprimento e para a proclamação escatológicos das Mensagens dos Três Anjos.
Guilherme Miller (1782-1849) e outros crentes na vinda de JESUS em breve, antes
de 1844, viram a Mensagem do Primeiro Anjo como aplicando-se à proclamação
mundial do Evangelho, a começar em 1798, no fim dos 1260 dias/anos (Apocalipse11:3; 12:6; 13:5). A Mensagem do Segundo Anjo e a queda de Babilónia eram
aplicadas ao Papado. O Terceiro Anjo, escreveu Miller, era “o mesmo que ‘o
clamor da meia-noite, dando ao mundo a devida notícia da proximidade do Dia do Juízo”, em 1843 ou 1844.
No verão de 1843, surgiu uma divisão de compreensão entre
os Milleritas, quando Charles Fitch (1805-1844) apresentou o seu sermão,
intitulado “Sai dela, povo meu” Fitch aplicava tanto a Mensagem do Segundo Anjo
de Apocalipse 14:8 como do Anjo que “clamou fortemente” de Apocalipse 18 não só
ao Papado, mas também às Igrejas Protestantes que tinham rejeitado a Volta de
JESUS em breve. Durante este período, muitos Milleritas foram expulsos das suas
igrejas Protestantes ou deixaram-nas. Miller e alguns dos que lhe estavam
associados opuseram-se fortemente à ideia de Fitch de incluir quaisquer Igrejas
Protestantes como parte de Babilónia.
Durante os primeiros anos depois do desapontamento de 22 de outubro de 1844, os Adventistas guardadores do Sábado, que, mais tarde, se tornaram nos Adventistas do Sétimo Dia, mantiveram a perspectiva millerita com a posição de Fitch de que os dois primeiros Anjos de Apocalipse 14 se aplicavam à proclamação do Segundo Advento, levando a 1844, mas que parte, ou a totalidade, do Terceiro Anjo se aplicava ao período posterior a 1844, com a proclamação do Sábado nos “Mandamentos de DEUS” e da “fé ou testemunho de JESUS”.
The Seventh-day Sabbath, a Perpetuai Sign, de Joseph
Bates (1847), foi o primeiro a relacionar o ministério de JESUS no Santuário
Celestial, no Lugar Santíssimo, com o Sábado, baseado em Apocalipse 11:19 e
14:12, dando ao Sábado importância escatológica. A visão do “Halo do Sábado”,
confirmadora e enriquecedora, confirmou esta compreensão e acrescentou uma
ênfase missionária evangelística ao Sábado. Ela escreveu: “ao sairmos para
proclamar o Sábado mais amplamente”.
A relação do Terceiro Anjo e da marca da besta com os
Estados Unidos da América, representada na imagem da besta semelhante a um
cordeiro (Apocalipse 13:11-18), foi mencionada pela primeira vez, em material
impresso, por G. W. Holt, em 1850. Fazendo alusão a uma imagem Protestante da
besta papal, ele escreveu: “Ela [a besta semelhante a um cordeiro] assume o
caráter de um cordeiro (protestante e republicana), mas tem um coração de dragão”. Em 1851, J. N. Andrews apresentou uma exposição mais completa sobre o futuro
papel dos Estados Unidos da América como a besta semelhante a um cordeiro que
produz a união da Igreja e do Estado, ao impor a observância do domingo.
Estes desenvolvimentos prepararam o caminho para um
avanço dramático na compreensão. Durante 1857 e 1858, os Adventistas
guardadores do Sábado conseguiram ver as Três Mensagens de Apocalipse 14:6-12 e
a do Anjo de Apocalipse 18 como sendo proclamadas desde 1844. Elon Everts
cunhou a frase juízo investigativo numa carta em que se referia à Mensagem do Primeiro Anjo:
“A pergunta que faço a mim mesmo é: Onde estamos?
Respondo: Mais de doze anos depois da proclamação ‘vinda é a hora do Seu Juízo’
Apocalipse 14:6 e 7. Estamos há esse mesmo tempo na Purificação do Santuário. Daniel 8:14. ...
... “Parece que a ordem é que os justos mortos têm estado
sob juízo investigativo desde 1844”.
Tiago White escreveu um artigo alargado a concordar com a
ideia de Evert. “Pensamos que é clara a evidência de que, desde essa altura
[1844], tem estado a decorrer o julgamento daqueles que morreram na Graça de
DEUS.” Tiago White apresentou uma descrição tocante daqueles que morreram na
fé: “JESUS sorri; e, inclinando-se no regaço do seu SALVADOR, o santo expira
ali suavemente a sua vida. O seu tempo de graça terminou, e o seu caso fica
parado até que a sua vida seja aberta, e o seu caso passe em revista no
julgamento”. Esta descrição baseada na Graça é seguida por uma referência a um
futuro julgamento dos vivos: “O Julgamento está em andamento! Muito em breve,
os nossos nomes serão ou confessados por JESUS CRISTO diante do SEU PAI, ou
apagados do Livro da Vida”.
Uma perspectiva correta do estado inconsciente dos mortos
era, portanto, encarada como estando intimamente relacionada com o Conceito Bíblico de um Juízo pré-Advento, já que as Recompensas Eternas não são
concedidas no momento da morte, mas no Fim do Tempo. “Eis que cedo venho, e o
meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra” (Apocalipse22:12). “Porque todos devemos comparecer perante o Tribunal de CRISTO,
para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou
mal” (2 Coríntios 5:10).
Ellen G. White descreveu as Mensagens dos Três Anjos como
três passos de acesso à sólida plataforma da Verdade Presente, para dois grupos
distintos. O primeiro grupo foram aqueles que passaram pela experiência
millerita e da observância inicial Adventista do Sábado, e que aceitaram as Mensagens como foram pregadas originalmente. O segundo grupo consistia naqueles
que vieram depois da proclamação original das Mensagens. Embora as Mensagens
dos Três Anjos fossem proclamadas originalmente numa ordem sequencial, as três
deviam continuar a ser pregadas simultaneamente: “A Primeira e a Segunda Mensagens foram dadas em 1843 e 1844, e estamos agora sob a proclamação da Terceira; mas todas as Três Mensagens devem continuar a ser proclamadas”.
A compreensão do Juízo Investigativo Celestial depois de
1844 levou a um estudo mais profundo do “Forte Clamor” do Anjo de Apocalipse 18. Elon Everts e Tiago White escreveram sobre a sua importância, e Ellen G.
White confirmou que este chamado final a sair de Babilónia estava ligado à Mensagem do Segundo Anjo de Apocalipse 14:8.
Depois da ênfase da Assembleia da Conferência Geral de
1888 acerca da justificação pela fé e dos desenvolvimentos nos Estados Unidos
da América relativamente à lei dominical nacional, muitos Adventistas do Sétimo
Dia esperavam a rápida proclamação do “forte clamor” à medida que o Evangelho
se espalhava por todo o mundo. Contudo, Ellen G. White teve o cuidado de nunca
declarar que o julgamento dos vivos tinha começado, ou que a marca da besta
estava a ser aplicada. Durante muitos anos, ela escreveu: “Em breve, ninguém
sabe quando, ela [a obra do juízo] passará aos casos dos vivos”
Na sua edição de 1911 d’O Grande Conflito, Ellen G. White esboçou a sua
explicação mais completa dos Eventos do Tempo do Fim nas Mensagens dos Três Anjos e no “Forte Clamor”.
Os Adventistas guardadores do Sábado viam a Proclamação
das Mensagens dos Três Anjos como revelando um sistema completo de Verdade Presente. Embora cada Mensagem seja diferente, Ellen G. White e os seus
contemporâneos referiam-se frequentemente às Verdades das Três Mensagens usando
a frase geral “a Mensagem do Terceiro Anjo”. No início do movimento, duas
expressões destas Mensagens receberam atenção especial. Uma foi “é vinda a hora
do Seu Juízo” (Apocalipse 14:7), que era considerada uma alusão à fase
pós-1844 do ministério sacerdotal de CRISTO no Santuário Celestial (Daniel 7:9-14; 8:14). A outra expressão foi “os Mandamentos de DEUS” (Apocalipse 14:12), com ênfase na Natureza Eterna do Decálogo e do Sábado do Sétimo Dia. Esta perspectiva baseava-se na convicção de que a fé salvadora não invalida
a Lei de DEUS (Romanos 3:31).
Os Adventistas do Sétimo Dia consideravam-se como sendo
aqueles que João descreveu como os que “Guardam os Mandamentos de DEUS e a fé
de JESUS” (Apocalipse 14:12). Até relacionaram várias das suas crenças com
esta base doutrinária. Por exemplo, depois da visão que Ellen G. White teve, em
1863, sobre a reforma da saúde, os
princípios básicos da saúde foram encarados como expressões dos Mandamentos de
DEUS. Após a Conferência Geral de 1888, em Minneapolis, a doutrina da
justificação pela fé foi vista como parte crucial da “fé de JESUS”. Esta percepção
promoveu uma pregação do Evangelho centrada em CRISTO, no contexto da “hora do
seu juízo” (versículo 7). De fato, a Mensagem dos Três Anjos começa com
“o Evangelho Eterno” e termina com a “fé de JESUS” (versículos 6, 12).
Mais recentemente, autores e pregadores Adventistas
puseram um foco renovado na ênfase da Criação da Mensagem do Primeiro Anjo
(Apocalipse 14:7). Os estudiosos da BÍBLIA reconheceram que a expressão “e
adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas”
(versículo 7) deriva não do relato da Criação em Gênesis, mas do Quarto Mandamento do Decálogo, que diz: “os céus e a terra, o mar e tudo o que neles
há” (Êxodo 20:11). Também é dada atenção especial ao tema da adoração,
evidente no contraste entre os que adoram DEUS e Guardam os Seus Mandamentos
(Apocalipse 14:7, 12) e aqueles que adoram a besta e a sua imagem e recebem o
seu sinal (versículos 9, 11).
As Mensagens dos Três Anjos de Apocalipse 14 podem realmente ser o conjunto mais rico e mais abrangente de Verdades no Livro de Apocalipse, senão em toda a BÍBLIA. Não admira que Ellen G. White descreva estas Mensagens como “as mais Solenes Verdades já confiadas a mortais” e a sua proclamação como “um trabalho da mais solene importância”. Enfatizando a sua permanente relevância, ela declarou: “A Primeira e a Segunda Mensagens foram dadas em 1843 e 1844, e encontramo-nos agora sob a proclamação da Terceira; mas todas as Três Mensagens devem ser ainda proclamadas. É simplesmente tão essencial agora como antes que elas sejam repetidas aos que estão à procura da Verdade. Pela pena e pela palavra devemos fazer soar a proclamação”.
É DESSE JEITO! "A Verdade Presente"
"Assim Diz o SENHOR"
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