É DESSE JEITO!
Nós agora nos
aproximamos do registro daquele evento sublime, a descida pessoal do SENHOR
sobre o monte Sinai. Conforme observamos, o 16º capítulo de Êxodo é notável
porque, nele, vemos que DEUS deu o Sábado a Israel; o 19º capítulo é igualmente
notável porque, ali, está registrado que DEUS entregou a Si mesmo ao povo, ao
desposá-lo solenemente como nação santa; e o mesmo pode ser dito do 20º capítulo, pois nele testemunhamos o ato do ALTÍSSIMO de entregar Sua Lei a
Israel.
É costume acusar
o Sábado e a Lei de serem judeus por terem sido entregues a Israel. Seria
necessário, então, falar também contra o CRIADOR, que os tirou do Egito para
ser o DEUS deles e que Se denominava DEUS de Israel. Os hebreus foram honrados
quando o Sábado e a Lei lhes foram confiados; o Sábado, a Lei e o CRIADOR,
porém, não se tornaram judeus por causa desse ato. Os autores das SAGRADAS
ESCRITURAS falam sobre a elevada posição em que Israel foi colocado quando a
Lei de DEUS lhe foi confiada.
“Mostra a Sua Palavra
a Jacó, as Suas Leis e os Seus Preceitos a Israel. Não fez assim a nenhuma outra
nação; todas ignoram os Seus Preceitos. Aleluia!” “Qual é, pois, a vantagem do
judeu? Ou qual a utilidade da circuncisão? Muita, sob todos os aspectos.
Principalmente porque aos judeus foram confiados os Oráculos de DEUS”. “São
israelitas. Pertence-lhes a adoção e também a glória, as alianças, a
legislação, o culto e as promessas; deles são os Patriarcas, e também deles
descende o CRISTO, segundo a carne, o qual é sobre todos, DEUS Bendito para
todo o sempre. Amém!”
Depois que o
DEUS ALTÍSSIMO fez uma Aliança solene com Seu povo, transformando-o em Seu
tesouro peculiar na Terra, os israelitas vieram do arraial para se encontrarem
com DEUS. “Todo o monte Sinai fumegava, porque o SENHOR descera sobre ele em
fogo; a sua fumaça subiu como fumaça de uma fornalha, e todo o monte tremia
grandemente”. Do meio desse fogo, DEUS proclamou as Dez Ordenanças de Sua
Lei. O Quarto desses Preceitos é a
grandiosa Lei do Sábado. Assim falou o grande Legislador:
“Lembra-te do
dia de Sábado, para o Santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua
obra. Mas o Sétimo Dia é o Sábado do SENHOR, teu DEUS; não farás nenhum
trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua
serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque,
em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao
Sétimo Dia, descansou; por isso, o SENHOR Abençoou o Dia de Sábado e o Santificou.”
O valor que o Legislador colocou sobre o Sábado é visto no fato de que Ele o considerou digno de um lugar na Lei dos Dez Mandamentos, fazendo com que tal Mandamento fosse posto no meio de nove Preceitos morais imutáveis. E não se trata de uma honra de pequena importância, o ALTÍSSIMO, ao nomear, um por um, os grandes princípios da moralidade, até concluí-los, sem acrescentar nenhum outro, incluir em seu número a observância do Sagrado Dia de descanso. Tal Preceito é expressamente dado para impor a observância do Grande Memorial do CRIADOR; e, diferente de todos os outros, este Mandamento remonta sua obrigação à Criação, onde o memorial foi ordenado.
O Sábado deve
ser lembrado e santificado porque DEUS o Santificou, isto é, designou-o para
uso santo, no final da primeira semana do tempo. E essa santificação do dia de
descanso, quando o primeiro Sétimo Dia terminou, foi o ato solene de separar esse
dia para os tempos vindouros, em memória do descanso do CRIADOR. Assim, o
Quarto Mandamento remonta à instituição do Sábado no paraíso e a engloba, ao
passo que a Santificação do Sábado no paraíso se estende por todo o tempo por
vir. O relato acerca do deserto de Sim consolida, de maneira admirável, a união
entre os dois. Pois, no deserto de Sim, antes da entrega do Quarto Mandamento,
lá estava o Santo Sábado do SENHOR, como uma ordenança cuja obrigação já
existia, embora nenhum Mandamento nessa narrativa crie tal obrigação. Ela
deriva da mesma fonte do Quarto Mandamento, a saber, a Santificação do Sábado
no paraíso, mostrando que já era um dever existente, e não um novo preceito.
Portanto, nunca se deveria esquecer que o Quarto Mandamento não fundamenta sua
obrigação na experiência do deserto de Sim, mas na Criação – uma prova decisiva
de que o Sábado não surgiu no deserto de Sim.
O Quarto Mandamento
é notavelmente explícito. Ele abrange, em primeiro lugar, um Preceito:
“Lembra-te do Dia de Sábado, para o Santificar”; em seguida, ele apresenta uma
explicação do preceito: “Seis dias
trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o Sétimo Dia é o Sábado do SENHOR, teu
DEUS; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem
o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas
portas para dentro”; terceiro, ele expõe os motivos que embasam o Preceito,
mencionando a origem da instituição e os próprios atos que o criaram – motivos
cuja validade se firma no exemplo do próprio Legislador: “porque, em seis dias,
fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao Sétimo Dia,
descansou; por isso, o SENHOR Abençoou o Dia de Sábado e o Santificou”.
Assim, o Dia de descanso do SENHOR se distingue dos seis dias nos quais Ele trabalhou. A Bênção e a Santificação pertencem ao Dia de descanso do CRIADOR. Logo, não pode haver nenhuma indefinição no Preceito. Não se trata meramente de um dia em sete, mas, sim, do Dia, dentre os sete, no qual o CRIADOR descansou e sobre o qual Ele colocou Sua Bênção, a saber, o Sétimo Dia. E esse Dia é precisamente indicado por meio do nome com que DEUS o designou: “o Sétimo Dia é o Sábado [isto é, o dia de descanso] do SENHOR, teu DEUS”.
Pode-se claramente comprovar que o Sétimo Dia do Quarto Mandamento é o mesmo Sétimo Dia do Novo Testamento. No relato do sepultamento de nosso SENHOR, Lucas escreveu assim: “Era o dia da preparação, e começava o Sábado. As mulheres que tinham vindo da Galileia com JESUS, seguindo, viram o túmulo e como o corpo fora ali depositado. Então, se retiraram para preparar aromas e bálsamos. E, no Sábado, descansaram, segundo o Mandamento. Mas, no primeiro dia da semana, alta madrugada, foram elas ao túmulo, levando os aromas que haviam preparado.”
Lucas testemunha
que as mulheres guardaram o “Sábado”, descansando “segundo o Mandamento”. O
Mandamento diz: “o Sétimo Dia é o Sábado do SENHOR, teu DEUS”. Esse dia, assim
observado, foi o último, ou o Sétimo Dia da semana, pois o dia seguinte foi o
primeiro dia da semana.
O testemunho de
Neemias é muito interessante. “Desceste sobre o monte Sinai, do céu falaste com
eles e lhes deste juízos retos, leis verdadeiras, estatutos e mandamentos bons.
O Teu Santo Sábado lhes fizeste conhecer; Preceitos, Estatutos e Lei, por
intermédio de Moisés, Teu servo, lhes
mandaste”. É notável a afirmação de que DEUS lhes fez conhecer o Sábado quando
Ele desceu sobre o monte, pois os filhos de Israel já tinham posse do Sábado
quando se posicionaram ao redor do Sinai. Essas palavras devem, portanto, se
referir ao detalhamento completo da instituição sabática, dado por intermédio
do Quarto Mandamento. E note a expressão: “o Teu Santo Sábado lhes fizeste
conhecer”, em vez de “fizeste o Sábado para eles” – uma linguagem que indica,
com clareza, sua existência prévia, e que direciona a mente para o descanso do
CRIADOR como sendo a origem da instituição sabática.
A obrigação
moral do Quarto Mandamento, negada com tanta frequência, pode ser claramente
demonstrada por meio da referência à origem de todas as coisas. DEUS criou o
mundo e trouxe à existência o ser humano para nele habitar. Ao homem, deu vida,
fôlego e tudo o mais. Portanto, o ser humano deve todas as coisas a DEUS. Cada
faculdade de sua mente, cada capacidade de seu ser, toda sua força e todo o seu
tempo pertencem, por direito, ao CRIADOR. Por isso, foi por Sua benevolência
que o CRIADOR deu ao homem seis dias, para que este fizesse uso deles para
suprir suas próprias necessidades. E, ao separar o Sétimo Dia para uso santo,
em memória de Seu próprio descanso, o ALTÍSSIMO estava reservando para Si
apenas um dos sete dias, quando teria o direito de reivindicar todos eles como
Seus. Assim, em vez de o Sétimo Dia ser um presente do homem a DEUS, são os
seis dias que são um presente de DEUS ao homem. O Quarto Mandamento não exige
que o ser humano dê a DEUS algo que pertença ao homem, mas, sim, que o homem não
se aproprie de algo que DEUS reservou para a Sua própria adoração. Observar
esse Dia é render a DEUS aquilo que já é Dele; apropriar-nos desse Dia é
simplesmente roubar a DEUS.
Especial - "A História do Sábado" (Parte 1/28)
A História do Sábado - "A Criação" (Parte 2/28)
A História do Sábado - "A Instituição do Sábado" (Parte 3/28)
Nossa obra é ensinar homens e mulheres a edificar sobre uma Base Verdadeira, a firmar os pés num Claro:
"Assim Diz o SENHOR"