TEOLOGIA - "A Autoridade da ESCRITURA" (Estudo 015/ 2ª Temporada)

                                                 É DESSE JEITO! 

              

     Do Gênesis ao Apocalipse, a BÍBLIA atribui suprema Autoridade a DEUS, o CRIADOR do Céu e da Terra. Foi assim que Ele Se revelou aos patriarcas (Gênesis 17:1; 35:11; 48:3) e a Moisés (Êxodo 3:13-15; 6: 2, 3). Davi reconhecia o SENHOR como chefe sobre todos, a quem pertencia a grandeza, o poder e a majestade (1Crônicas 29:10-13). Daniel, assim como Nabucodonosor e Dario, atribuía ao DEUS do Céu a suprema sabedoria e o domínio eterno (Daniel 2:20-22; 4:34, 35; 6:26, 27).

   Contudo, a autoridade de DEUS se baseia principalmente não em Seu poder e conhecimento infinitos, mas em Seu caráter. DEUS Se revelou a Moisés como o "SENHOR DEUS compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade" (Êxodo 34:6).

   Por conseguinte, o SENHOR não exerce Sua Autoridade como fazem os governantes humanos. A Autoridade absoluta de DEUS é uma autoridade de amor e paz, expressa em humildade, serviço e abnegação. Essa autoridade se manifesta supremamente na encarnação, morte e ressurreição de JESUS CRISTO, que, apesar de ser "o cabeça de todo principado e potestade" (Colossenses 2:10), entregou a vida por Seu próprio poder e autoridade (João 10:17-18).

   A Autoridade da ESCRITURA como a PALAVRA de DEUS escrita exibe todas as mesmas características da Autoridade Divina. Sua Autoridade é expressa em imperativos absolutos de obediência (Êxodo 20:1-17), em apelos compassivos de amor (Isaías 1:18; Mateus 11:28), em promessas de perdão e bênçãos (Mateus 5:3-12; 1João 1:9) e em severas advertências de juízo (Jeremias 6:1-8).

   DEUS dotou Seus Mensageiros escolhidos de Sua própria autoridade quando eles falaram ou escreveram sob o impulso do ESPÍRITO SANTO. Essa é a razão por que os escritos dos Profetas e Apóstolos falam com Autoridade Divina a cada geração, ainda que os autores humanos desses escritos não estejam entre nós há muito tempo. E por isso que Paulo pôde afirmar que a igreja é edificada "sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo Ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular" (Efésios 2:20). Pela mesma razão, Pedro adverte os crentes de que se recordem "das palavras que, anteriormente, foram ditas pelos santos profetas, bem como do Mandamento do SENHOR e SALVADOR, ensinado pelos vossos Apóstolos" (2 Pedro 3:2). A Autoridade dos Profetas e Apóstolos se baseava no fato de DEUS havê-los chamado e feito deles recipientes e testemunhas da Revelação Divina (João 15:16; Atos 9:15, l6; 2 Pedro 1:18; 1 João 1:1-4).

   Por diversas vezes, JESUS confirmou a Autoridade das ESCRITURAS. Resistiu à tentação do diabo com um decisivo "Está Escrito" (Mateus 4:4, 7, 10). Refutou as acusações de Seus oponentes citando-lhes textos específicos que lhes expunha seu equívoco e interpretação errada da PALAVRA de DEUS (Mateus 12: 1-7). Quando os judeus O acusaram de blasfêmia, Ele citou o Salmo 82: 6 e ratificou Autoridade da PALAVRA de DEUS com a afirmação categórica de que a ESCRITURA não pode falhar (João 10:33-35). Silenciou por fim aqueles que O interrogavam perguntando-lhes como era possível o MESSIAS ser ao mesmo tempo tanto Filho e SENHOR de Davi conforme as ESCRITURAS (Mateus 22:41-46).

   JESUS e os Apóstolos apelaram para a ESCRITURA a fim de mostrar que em CRISTO seus tipos e profecias haviam encontrado cumprimento. A maneira como JESUS foi concebido e a forma como nasceu cumpriu o que fora dito pelo SENHOR "por intermédio do Profeta" (Mateus 1:22, 23); o lugar de Seu nascimento fora predito "por intermédio do profeta" (Mateus 2:5). Depois de ler a profecia messiânica registrada em Isaías 61:1 e 2, JESUS declarou solenemente àqueles que O ouviam: "Hoje, se cumpriu a ESCRITURA que acabais de ouvir" (Lucas 4:21). Anunciando Sua morte iminente, explicou ser necessário cumprir-se o que dEle estava escrito em Isaías 53:12 (Lucas 22:37). Depois de ressuscitar, mostrou aos discípulos que "importava se cumprisse tudo o que de Mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos" (Lucas 24:44).

   O apóstolo Paulo se refere ao AT como "SAGRADAS ESCRITURAS" (Romanos 1:2), "Oráculos de DEUS" (Romanos 3:2) e "SAGRADAS Letras" (2 Timóteo 3:15), títulos expressivos de sua origem e Autoridade Divinas.

   JESUS e os Apóstolos usavam a palavra "ESCRITURA" ou "ESCRITURAS” para se referir somente a um conjunto de escritos bem conhecidos e firmemente estabelecidos. Quando JESUS disse aos líderes judeus “Examinais as ESCRITURAS” (João 5: 39), ou quando Paulo arrazoou com os judeus em Tessalônica "acerca das ESCRITURAS” (Atos 17:2), eles se referiam às Escrituras hebraicas – a Lei, os Profetas e os Escritos.

                  

   A mesma Autoridade foi atribuída depois aos 27 livros do NT. O Apóstolo Pedro já colocava as cartas de Paulo no mesmo nível das “demais ESCRITURAS" (2 Pedro 3:16), expressão pela qual certamente designava o AT. Juntos, AT e NT formam o Cânon, ou a Regra de Fé e Doutrina. Há entre cristãos amplo consenso de que o cânon do NT se compõe de 27 livros. As igrejas católica romana e ortodoxa, porém, incluíram no cânon do AT os chamados livros apócrifos ou deuterocanônicos, mas os protestantes preferiram continuar seguindo a regra dos 39 livros das Escrituras hebraicas. Não há nenhuma evidência de que os judeus da Palestina ou de que JESUS e os Apóstolos tenham considerado os livros apócrifos como parte das ESCRITURAS.

   O princípio da Autoridade suprema das ESCRITURAS é muitas vezes expresso na expressão latina sola Scriptura, "somente a ESCRITURA". Ou seja, somente nas ESCRITURAS DEUS confiou à raça humana, sob a forma escrita, a suprema e autorizada revelação de Sua pessoa e vontade, parâmetro esse pelo qual tudo o mais deve ser provado. A nenhum outro livro sagrado, sejam histórias sacras, tradições antigas, declarações eclesiásticas ou credos, pode-se atribuir Autoridade igual à da BÍBLIA.

   Isso significa também que a consciência, a razão, os sentimentos e as experiências místicas ou religiosas se encontram subordinadas à Autoridade das ESCRITURAS. Essas coisas podem ter um valor legítimo dentro de sua área de competência, mas devem ser constantemente avaliadas pelo minucioso exame da PALAVRA de DEUS (Hebreus 4:12).

   A BÍBLIA adverte repetidamente contra alguém que ouse minar ou usurpar a Autoridade da PALAVRA de DEUS. Adverte contra os falsos profetas, que fingem falar as palavras DEUS (Deuteronômio 18: 20-22; Jeremias 27:14, 15; Mateus 7:15); contra os falsos apóstolos, que alegam ser verdadeiros (2 Coríntios 11:12, 13), e os falsos cristos, que enganarão a muitos (Mateus 24:24), os quais pretendem substituir a Autoridade de DEUS pela sua própria.

   Ao longo da história, a Autoridade das ESCRITURAS tem sido ostensivamente atacada ou sutilmente substituída. Já nos dias de JESUS, os judeus invalidavam a PALAVRA de DEUS, por causa de sua tradição. O MESTRE os acusou de em vão adorarem a DEUS, "ensinando doutrinas que são preceitos de homens" (Mateus 15:6, 9).

   Outros meios pelos quais a Autoridade Bíblica tem sido minada são a sabedoria, a ciência e a filosofia mundanas (1Coríntios 1:20-25; Colossenses 2:8), que fazem acréscimos ou supressões à PALAVRA de DEUS (Deuteronômio 4:2; 12:32; Apocalipse 22:18, 19), ou lhe distorcem o sentido (2 Pedro 3:16).

   O princípio da sola Scriptura corre muito mais perigo de oposição agora do que em qualquer tempo passado. Ao ser exaltada a autoridade da razão, da tradição e da ciência, muitos passaram a negar ou a limitar a Autoridade das ESCRITURAS. Os cristãos que ainda se submetem com humildade e fé à Autoridade da BÍBLIA como a Viva e Suprema PALAVRA de DEUS devem se preparar para dar razão de sua fé e replicar como os Apóstolos: "Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens” (Atos 5:29).           











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