“Cristãos não ficarão tristes, deprimidos e desesperados.” Sério? Quando tenho sentimentos de desânimo, tenho perdido meu cristianismo? Alguns diriam que sim. É isso o que Ellen White quis dizer?
Quando lemos seus escritos, é importante
relembrar que Ellen White usava a linguagem comum de seus dias para descrever a
saúde emocional. Ela não estava diagnosticando estados mentais como um
psiquiatra licenciado poderia fazer hoje após examinar o paciente. E o conselho
que ela oferecia àqueles que ela descrevia como sofrendo com depressão pode não
ser totalmente aplicado a cada indivíduo que é desafiado pelo que é,
atualmente, chamado de depressão clínica ou aguda.
Em seus registros autobiográficos, Ellen
White descrevia, frequentemente, tempos de depressão e melancolia. Muitos
estavam, meramente, passando um momento de tristeza acerca das condições
presentes, mas outros estavam passando por períodos controlados de melancolia e
desânimo. Ela atribuía, frequentemente, seus momentos depressivos a sua saúde
física débil, que a fez sofrer por toda a sua vida, resultante, em partes, do
acidente com risco de vida que experienciou aos 9 anos de idade.
Em 1859, Ellen White informou, sinceramente,
aos membros da igreja: “Faz anos me afligem o edema e doença do coração, que
têm tido a tendência de deprimir meu humor e abater minha fé e animação.” Ela
descreveu se sentindo “sem desejo de
viver,” e sendo incapaz reunir fé o suficiente até mesmo para “orar por sua
recuperação.” Durante este momento, ela confidenciou ao seu diário: “Oh, por que tamanha tristeza repousa sobre
todas as coisas? Por que não consigo me erguer desta depressão de espírito? . .
. Eu não tenho saúde e a minha mente está entregue a depressão.”
Entendendo
Suas Próprias Emoções
Mas, até mesmo em tempos mais saudáveis,
Ellen White sabia, por experiência, que as emoções podem mudar
inexplicavelmente. “Eu tenho me sentido
muito deprimida hoje, uma tristeza sem tamanho,” escreveu ela ao seu marido
Tiago. “Não consigo explicar porque eu
me sinto assim tão triste.”
Oh, por que tamanha tristeza repousa sobre
todas as coisas? Por que não consigo me erguer desta depressão de espírito?
Em outras ocasiões, Ellen White sabia,
exatamente, o porquê ela se sentia assim. Como a Mensageira do SENHOR, ela tinha
uma sensibilidade única quanto as deficiências espirituais de indivíduos e da
igreja em geral. Tanto ela quanto Tiago carregaram o estado da igreja
continuamente em seus corações:
“Nossa
felicidade tem dependido do estado da causa de Deus. Quando o povo de Deus está
em uma condição próspera, nos sentimos bem. Mas quando está em desordem e em
rebeldia, nada consegue nos fazer felizes. Nossa vida e nossa preocupação como
um todo têm estado ligados ao crescimento e ao progresso da mensagem do
terceiro anjo. Estamos ligados à ela, e quando ela não prospera, experimentamos
um grande sofrimento mental.”
Ellen White reconhecia que havia uma variedade de causas para a depressão além da doença física, incluindo dieta, genética, culpa, inatividade e o clima. Ela conhecia a amargura de perder filhos e o companheiro de vida para a morte. Relembrando o falecimento do seu filho de 3 meses de idade, John Herbert, ela escreveu: “Após voltarmos do funeral, meu lar parecia vazio. Sentia-me rendida à vontade de Deus, mas desalentada e triste.”
Encontrando Esperança na BÍBLIA
Ellen White encontrava esperança nos relatos
Bíblicos dos gigantes espirituais que experimentaram períodos de profundo
desânimo, ainda que não estivessem abandonados por DEUS: indivíduos tais como
Elias, Davi e Paulo. Até mesmo Jesus, destacou ela, não esteve livre de tais
sentimentos. Sobre Elias, escreveu ela:
“Se, sob circunstâncias difíceis,
homens de poder espiritual, sob excessiva pressão tornam-se desanimados e
desalentados; se às vezes nada veem de apreciável na vida, para que desejem
viver, isto não é nada estranho ou novo. . . . Aqueles que, na vanguarda do
conflito, são impelidos pelo ESPÍRITO SANTO a fazer um Trabalho Especial,
frequentemente sentirão uma reação quando a pressão for removida. O desânimo
pode abalar a fé mais heroica, e enfraquecer a mais firme vontade. Mas DEUS
compreende, e ainda Se compadece e ama.”
Escrevendo à seu filho Edson, que tinha a
tendência de “olhar para o lado escuro”
das coisas, Ellen White o relembrou que “Com
a contínua mudança de circunstâncias, vêm mudanças também em nossa experiência;
e por essas mudanças ficamos, ou frustrados ou deprimidos. Mas a mudança de
circunstâncias não tem poder para mudar a relação de Deus para conosco. Ele é o
mesmo ontem, hoje e eternamente; e pede-nos que tenhamos incondicional
confiança em Seu amor.”
Conselhos de Ellen White
Quais conselhos Ellen White daria àqueles
sofrendo com depressão, e como ela própria lidava com tais sentimentos? Ela
aprendeu que o apoio da família e dos amigos é imensurável. Repetidas vezes,
foram as orações de pessoas próximas que ajudaram a dissipar a escuridão. Relembrando os sentimentos de desespero
avassalador que seguiram o acidente de seu filho, Ellen White refletiu:
“ocultei meus turbados sentimentos da família e dos amigos, temendo que não me
pudessem compreender. Isto foi um grande erro. Não abrir o coração à minha mãe,
ela poderia ter-me instruído, consolado e animado.”
Ellen White recomendava, também, os
benefícios da atividade ao ar livre, jardinagem, contato com a natureza e
simplesmente louvar a DEUS. Ela aconselhava a prosseguir “no caminho, cantando e salmodiando a DEUS em vosso coração, mesmo
quando opressos por uma sensação de peso e tristeza.” “Digo-vos, como alguém que sabe,” acrescentou ela, “virá a luz, alegria será nosso quinhão, e
as névoas e nuvens serão espancadas.”
Enquanto Ellen White reconhecia a realidade de tais emoções, era de sua praxe não dar voz a sentimentos negativos e espalhar, assim, um ambiente de tristeza a outros. Ela estava convicta que a fé superaria tais sentimentos. Quando lemos de suas experiências, quase sempre o que mudava o rumo era uma decisão deliberada e propositada de sua parte de não sucumbir a tais estados atribulados de pensamento por meio de uma firme confiança no amor de DEUS apesar de Sua aparente ausência.
Esperança
em JESUS
Mas a Vitória não era de modo algum
alcançada com facilidade. Sua típica solução para dissipar a escuridão é esta
descrição escrita após um longo período de dor física excruciante com seus
efeitos emocionais negativos:
“Não é coisa comum, para mim, ser subjugada, e sofrer tanta depressão de
espírito como tenho sofrido nos últimos meses. Não quero ser achada tendo em
pouca conta minha alma, desprezando, assim, meu Salvador. Eu não posso ensinar
que JESUS ressurgiu da tumba, e que subiu ao Céu e vive para fazer intercessão
por nós perante o Pai, a menos que eu ponha em prática meus ensinos, e creia
nEle e na salvação por Ele provida, lançando sobre JESUS minha vida
desamparada, em busca de Sua Graça, Sua Justiça, Paz e Amor. Devo confiar nEle,
independentemente das modificações de meu ambiente emotivo. Devo anunciar as
virtudes dAquele que me chamou das trevas para Sua Maravilhosa Luz.”
Ficarão os cristãos “tristes, deprimidos e angustiados”? Ellen White reconhecia por
meio das ESCRITURAS e por experiência pessoal que os crentes fiéis não estão
isentos a essas emoções, mas não devem tais emoções caracterizar a vida do
crente. Como Paulo, podemos dizer:
“Assim Diz o SENHOR”
“Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não
desanimados; . . . não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não
veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas”
(2 Coríntios 4:8–18/PALAVRA de DEUS)
Nossa obra é ensinar homens e mulheres a edificar sobre uma Base Verdadeira, a firmar os pés num Claro:
"Assim Diz o SENHOR"