“Assim Diz o SENHOR”
Vendo-a os
filhos de Israel, disseram uns aos outros: Que é isto? Pois não sabiam o que
era. Disse-lhes Moisés: Isto é o pão que o SENHOR vos dá para vosso alimento.
(Êxodo 16: 15/PALAVRA de DEUS)
Os filhos de
Israel viajaram pelo deserto e por três dias não puderam achar boa água para
beber. Sofrendo com a sede “murmurou o povo contra Moisés, dizendo: Que havemos
de beber? Então Moisés clamou ao SENHOR, e o SENHOR lhe mostrou uma árvore;
lançou-a Moisés nas águas, e as águas se tornaram doces. Deu-lhes ali estatutos
e uma ordenação, e ali os provou, e disse: Se ouvires atento a voz do SENHOR
teu DEUS, e fizeres o que é reto diante de Seus olhos, e deres ouvido aos Seus
Mandamentos, e guardares todos os Seus estatutos, nenhuma enfermidade virá
sobre ti, das que enviei sobre os egípcios; pois EU SOU o SENHOR que te sara.”
Os filhos de
Israel mostraram possuir um mau coração de incredulidade. Não estavam dispostos
a suportar as durezas do deserto. Quando deparavam com dificuldades no caminho,
consideravam-nas como impossibilidades. Sua confiança em DEUS falhava, e eles
não viam ante si coisa alguma senão a morte. “Toda a congregação dos filhos de
Israel murmurou contra Moisés e Arão no deserto; disseram-lhes os filhos de
Israel: Quem nos dera tivéssemos morrido pela mão do SENHOR na terra do Egito, quando
estávamos sentados junto às panelas de carne, e comíamos pão a fartar! pois nos
trouxestes a este deserto, para matardes de fome a toda esta multidão.”
Na verdade, eles
não tinham sofrido a agonia da fome. Tinham alimento para o presente, mas
estavam temerosos pelo futuro. Não viam como as hostes de Israel subsistiriam,
em sua longa jornada através do deserto, com o simples alimento que então
possuíam, e na sua descrença viam seus filhos a perecer de fome. O SENHOR
permitiu que escasseasse o suprimento de alimentos e que as dificuldades os
rodeassem, para que seu coração pudesse volver-se Àquele que até ali os
ajudara, e cressem NELE. Estava pronto para ser-lhes um auxílio presente. Se em
sua necessidade O invocassem, Ele lhes manifestaria sinais de Seu amor e
contínuo cuidado.
Entretanto,
pareciam indispostos a continuar confiando no SENHOR, a não ser que pudessem
testemunhar diante de seus olhos a contínua evidência de Seu poder. Se tivessem
possuído Verdadeira Fé e Firme Confiança em DEUS, inconvenientes e obstáculos,
e mesmo sofrimentos reais teriam sido alegremente suportados, depois que o
SENHOR operara de modo tão maravilhoso para seu livramento da servidão. Além
disso, o SENHOR prometeu que se fossem obedientes aos Seus Mandamentos, nenhuma
enfermidade viria sobre eles, pois disse: “EU SOU o SENHOR que te sara”.
Depois desta segura promessa de DEUS era pecaminosa incredulidade de sua parte temer antecipadamente que eles e seus filhos pudessem morrer de fome. Tinham sofrido grandemente no Egito, sobrecarregados de trabalho. Seus filhos tinham sido condenados à morte, e em resposta a suas orações de angústia, DEUS misericordiosamente os livrara. Prometera ser o seu DEUS, e tomá-los para Si como um povo, e guiá-los a uma terra larga e boa. Mas, eles estavam prontos a desfalecer a cada sofrimento que tivessem de suportar no caminho para aquela terra. Tinham suportado muito mais em serviço aos egípcios, porém agora não podiam suportar o sofrimento em serviço a DEUS. Estavam prontos a ceder a suas sombrias dúvidas e a mergulhar no desencorajamento quando fossem tentados. Murmuraram contra o devoto servo de DEUS, Moisés, e o acusaram de todo o seu sofrimento, e expressaram o desejo ímpio de permanecer no Egito, onde podiam se assentar junto às panelas de carne e comer pão a fartar.
Lição para nosso tempo
A incredulidade
e a murmuração dos filhos de Israel ilustra o povo de DEUS ora sobre a Terra.
Muitos olham para o Israel do passado, e se maravilham de sua descrença e
contínua murmuração, depois de o SENHOR ter feito tanto por eles, dando-lhes
repetidas evidências de Seu amor e cuidado. Acham que não se deviam ter
mostrado ingratos. Mas alguns que assim pensam, murmuram e se queixam ante
coisas de pequena consequência. Não se conhecem a si mesmos. DEUS os
experimenta com frequência, e prova sua fé com pequenas aflições; e eles não
suportam a prova melhor do que fez o antigo Israel.
Muitos têm suas
necessidades presentes supridas; mesmo assim não confiam no SENHOR para o
futuro. Manifestam incredulidade e caem no abatimento, no desânimo, em face de
necessidades antecipadas. Alguns vivem em contínua preocupação, com medo de que
venham a ter necessidade e que seus filhos sofram. Quando surgem dificuldades
ou eles são postos em aperto — quando sua fé e seu amor a DEUS são provados —
recuam do sofrimento e murmuram do meio escolhido por DEUS para purificá-los.
Seu amor não se prova puro e perfeito para suportar tudo.
A fé do povo do
DEUS do Céu deve ser forte, ativa e perseverante — a prova das coisas que se
esperam. Então a sua linguagem será: “Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo
o que há em mim bendiga ao Seu santo nome”, pois Ele me tem tratado
generosamente.
A abnegação é
considerada por muitos como sendo real sofrimento. Os apetites depravados são
tolerados. E uma restrição ao apetite não saudável levaria até muitos professos
cristãos a iniciar agora um retorno, como se a inanição fosse a consequência de
um regime simples. E, à semelhança dos filhos de Israel, prefeririam a
escravidão, corpos enfermiços, e mesmo a morte, a serem privados das panelas de
carne. Pão e água é tudo o que foi prometido aos remanescentes no tempo de
angústia.
O maná
“E quando se
evaporou o orvalho que caíra, na superfície do deserto restava uma coisa fina e
semelhante a escamas, fina como a geada sobre a terra. Vendo-a os filhos de
Israel, disseram uns aos outros: Que é isto? pois não sabiam o que era.
Disse-lhes Moisés: Isso é o pão que o SENHOR vos dá para vosso alimento. Eis o
que o SENHOR vos ordenou: Colhei disso cada um segundo o que pode comer, um
ômer por cabeça, segundo o número de vossas pessoas; cada um tomará para os que
se acharem na sua tenda".
“Assim o fizeram
os filhos de Israel; e colheram, uns mais, outros menos. Porém, medindo-o com o
ômer, não sobejava ao que colhera muito, nem faltava ao que colhera pouco, pois
colheram cada um quanto podia comer. Disse-lhes Moisés: Ninguém deixe dele para
a manhã seguinte. Eles, porém, não deram ouvidos a Moisés, e alguns deixaram do
maná para a manhã seguinte; porém deu bichos e cheirava mal. E Moisés se
indignou contra eles. Colhiam-no, pois, manhã após manhã, cada um quanto podia
comer; porque, em vindo o calor, se derretia.
“Ao sexto dia
colheram pão em dobro, dois ômeres para cada um; e os principais da congregação
vieram, e contaram-no a Moisés. Respondeu-lhes ele: Isto é o que disse o SENHOR:
Amanhã é repouso, o Santo Sábado do SENHOR: o que quiserdes cozer no forno,
cozei-o, e o que quiserdes cozer em água, cozei-o em água; e tudo o que sobrar
separai, guardando para a manhã seguinte, como Moisés ordenara; e não cheirou
mal nem deu bichos. Então disse Moisés: Comei-o hoje, porquanto o Sábado é do
SENHOR: hoje não o achareis no campo. Seis dias o colhereis, mas o Sétimo Dia é
o Sábado; nele não haverá.”
O SENHOR não é
agora menos minucioso com respeito a Seu Sábado do que quando deu essas
orientações especiais aos filhos de Israel. Determinou-lhes que no sexto dia assassem
o que quisessem assar, e cozessem o que quisessem cozer, em preparo para o
repouso do Sábado.
DEUS manifestou
Seu grande cuidado e amor por Seu povo enviando-lhe pão do céu. “Comeram Pão
dos Anjos”; isto é, alimento provido para eles pelos Anjos. O triplo milagre do
maná — dupla porção no sexto dia, nenhuma no sétimo, e sua conservação através
do Sábado, quando nos outros dias se tornava impróprio para o uso — foi
designado para impressioná-los quanto à solenidade do Sábado.
Depois de terem
sido abundantemente supridos de alimento, ficaram envergonhados de sua descrença
e murmurações e prometeram Confiar no SENHOR para o futuro, mas logo olvidaram
sua promessa e falharam na primeira prova de sua fé.
Água
da rocha
Viajaram do
deserto de Sim, e acamparam em Refidim, onde não havia água para o povo beber.
“Contendeu, pois, o povo com Moisés, e disse: Dá-nos água para beber.
Respondeu-lhes Moisés: Por que contendeis comigo? Por que tentais ao SENHOR?
Tendo aí o povo sede de água, murmurou contra Moisés, e disse: Por que nos
fizeste subir do Egito, para nos matares de sede, a nós, a nossos filhos, e aos
nossos rebanhos? Então clamou Moisés ao SENHOR: Que farei a este povo? Só lhe
resta apedrejar-me:
“Respondeu o
SENHOR a Moisés: Passa adiante do povo, e toma contigo alguns dos anciãos de
Israel, leva contigo em mão a vara, com que feriste o rio, e vai. Eis que
estarei ali diante de ti sobre a rocha em Horebe; ferirás a rocha, e dela sairá
água, e o povo beberá. Moisés assim o fez na presença dos anciãos de Israel. E
chamou o nome daquele lugar Massá e Meribá, por causa da contenda dos filhos de
Israel, e porque tentaram ao SENHOR, dizendo: Está o SENHOR no meio de nós, ou
não?”
DEUS guiou os
filhos de Israel para acamparem nesse lugar, onde não havia água, para
prová-los, a fim de ver se eles O buscariam em seu desespero, ou murmurariam
como já tinham feito anteriormente. À vista do que DEUS tinha feito por eles em
seu maravilhoso livramento, deviam ter crido NELE em seu infortúnio. Deviam ter
compreendido que Ele não permitiria perecer de sede, a quem Ele havia prometido
tomar para Si como Seu povo. Mas, em vez de humildemente suplicarem do SENHOR a
provisão para suas necessidades, murmuraram contra Moisés, e exigiram dele água.
DEUS tinha
estado manifestando de contínuo Seu poder de forma maravilhosa diante deles,
para fazê-los entender que todos os benefícios que recebiam vinham DELE; que
Ele os podia dar ou remover, de acordo com a Sua própria vontade. Algumas vezes
tiveram um perfeito entendimento disso, e humilharam-se grandemente diante do
SENHOR; mas quando sedentos ou famintos, lançavam tudo sobre Moisés, como se
tivessem deixado o Egito para agradar-lhe. Moisés contristou-se com suas cruéis
murmurações. Indagou do SENHOR o que devia fazer, pois o povo estava pronto
para apedrejá-lo. O SENHOR mandou que ferisse a rocha com a vara de DEUS. A
nuvem da Sua glória repousava diante da rocha. “No deserto fendeu rochas, e
lhes deu a beber abundantemente como de abismos. Da pedra fez brotar torrentes,
fez manar água como rios.” (Salmos 78:15, 16).
Moisés feriu a rocha, mas era CRISTO que estava com ele e fazia a água correr da pederneira. O povo tentou o SENHOR em sua sede, e disse: Se DEUS nos trouxe aqui, por que não nos dá água assim como pão? A incredulidade assim demonstrada era criminosa, e fez com que Moisés receasse que o SENHOR os punisse por suas ímpias murmurações. O SENHOR provou a fé de Seu povo, mas este não suportou a prova. Murmurou por alimento e por água e acusou a Moisés. Por causa de sua incredulidade, o SENHOR permitiu que seus inimigos fizessem guerra contra ele, para manifestar a Seu povo de onde vinha a sua força.
Livramento de Amaleque
“Então veio
Amaleque e pelejou contra Israel em Refidim. Com isso ordenou Moisés a Josué:
Escolhe-nos homens, e sai, peleja contra Amaleque; amanhã estarei Eu no cume do
outeiro, e a vara de DEUS estará na minha mão. Fez Josué como Moisés lhe
dissera, e pelejou contra Amaleque; Moisés, porém, Arão e Hur subiram ao cume
do outeiro. Quando levantava a mão, Israel prevalecia; quando, porém, ele
abaixava a mão, prevalecia Amaleque. Ora as mãos de Moisés eram pesadas, por
isso tomaram uma pedra e a puseram por baixo dele, e ele nela se assentou; Arão
e Hur sustentavam-lhe as mãos, um dum lado e o outro do outro: assim lhe
ficaram as mãos firmes até o pôr-do-sol.” Moisés ergueu as mãos na direção do
Céu, com a vara de DEUS na mão direita, suplicando a ajuda de DEUS. Então
Israel prevaleceu e afugentou seus inimigos. Quando Moisés baixou as mãos,
viu-se que Israel logo perdeu tudo que havia ganho, e estava sendo vencido pelo
inimigo. Moisés de novo ergueu as mãos na direção do Céu, e Israel prevaleceu,
e o inimigo foi feito recuar.
Este ato de
Moisés, estendendo as mãos para DEUS, devia ensinar a Israel que enquanto
pusessem em DEUS sua confiança e se apegassem a Sua força e exaltassem o Seu
trono, Ele lutaria por eles e subjugaria seus inimigos. Contudo, quando
perdessem a confiança em Seu poder e confiassem em sua própria força, seriam
mesmo mais fracos do que seus inimigos, que não tinham o conhecimento de DEUS,
e estes haviam de prevalecer sobre eles. Então “Josué desbaratou a Amaleque e a
seu povo ao fio de espada”.
“Então disse o SENHOR a Moisés: Escreve isso para memória
num livro, e repete-o a Josué; porque Eu hei de riscar totalmente a memória de
Amaleque de debaixo do céu. E Moisés edificou um altar, e lhe chamou: O SENHOR
é minha bandeira. E disse: Portanto, o SENHOR jurou, haverá guerra do SENHOR
contra Amaleque de geração em geração.” Se os filhos de Israel não tivessem
murmurado contra o SENHOR, Ele não teria permitido que seus inimigos fizessem
guerra com eles.
A visita de Jetro
Antes de Moisés
deixar o Egito, levou de volta sua esposa e filhos ao seu sogro. E depois que
Jetro ouviu do maravilhoso livramento dos israelitas do Egito, visitou a Moisés
no deserto, trazendo-lhe sua esposa e filhos. “Então saiu Moisés ao encontro de
seu sogro, inclinou-se e o beijou; e, indagando pelo bem-estar um do outro,
entraram na tenda. Contou Moisés a seu sogro tudo o que o SENHOR havia feito a
Faraó e aos egípcios por amor de Israel, e todo o trabalho que passaram no
Egito, e como o SENHOR os livrara. “Alegrou-se Jetro de todo o bem que o SENHOR
fizera a Israel, livrando-o da mão dos egípcios, e disse: Bendito seja o SENHOR,
que vos livrou das mãos dos egípcios e da mão de Faraó; agora sei que o SENHOR
é maior que todos os deuses, porque livrou este povo de debaixo da mão dos egípcios,
quando agiram arrogantemente contra o povo. Então Jetro, sogro de Moisés, tomou
holocausto e sacrifícios para DEUS; e veio Arão, e todos os anciãos de Israel,
para comerem pão com o sogro de Moisés diante de DEUS”.
O olho
experimentado de Jetro logo viu que os encargos sobre Moisés eram muito
grandes, pois o povo trazia a ele todas as questões difíceis e ele os instruía
com relação aos Estatutos e à Lei de DEUS. Disse a Moisés: “Ouve, pois, as
minhas palavras; eu te aconselharei, e DEUS seja contigo: Representa o povo
perante DEUS, leva as suas causas a DEUS; ensina-lhes os estatutos e as leis, e
faze-lhes saber o caminho em que devem andar, e a obra que devem fazer. Procura
dentre o povo homens capazes, tementes a DEUS, homens de verdade, que aborreçam
a avareza; põe-nos sobre eles por chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinquenta,
e chefes de dez, para que julguem este povo em todo tempo. Toda causa grave
trarão a ti, mas toda causa pequena eles mesmos julgarão; será assim mais fácil
para ti, e eles levarão a carga contigo. Se isto fizeres, e assim DEUS te
mandar, poderás então suportar; e assim também todo este povo tornará em paz em
seu lugar.
“Moisés atendeu
as palavras de seu sogro, e fez tudo quanto este lhe dissera. Escolheu Moisés
homens capazes, de todo o Israel, e os constituiu por cabeças sobre o povo:
chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinquenta, e chefes de dez. Estes
julgaram o povo em todo tempo; a causa grave trouxeram a Moisés, e toda causa
simples julgaram eles. Então se despediu Moisés de seu sogro, e este se foi
para a sua terra.”
Moisés não se
julgava diminuído ao receber instrução de seu sogro. DEUS o exaltara
grandemente e operara maravilhas por sua mão. Contudo, Moisés não arrazoou que
DEUS o escolhera para instruir outros e que cumprira coisas maravilhosas por
sua mão, e que por isso não necessitava ser instruído. Alegremente ouviu as
sugestões de seu sogro, e adotou seu plano como uma sábia providência.
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Nossa obra é ensinar homens e mulheres a edificar sobre uma Base Verdadeira, a firmar os pés num Claro:
"Assim Diz o SENHOR"