É DESSE JEITO!
“Assim Diz o SENHOR”
Disse o SENHOR a
Moisés: Envia homens que espiem a terra de Canaã, que eu hei de dar aos filhos
de Israel; de cada tribo de seus pais enviareis um homem, sendo cada qual
príncipe entre eles.
(Números13:1-2/PALAVRA de DEUS)
Os Espias e seu relatório
O SENHOR ordenou
a Moisés que enviasse homens a espiar a terra de Canaã, que daria aos filhos de
Israel. Um representante de cada tribo devia ser selecionado para este
propósito. Foram e, depois de quarenta dias, retornaram de sua investigação, e
vieram diante de Moisés e Arão e de toda a congregação de Israel, e
mostraram-lhes o fruto da terra. Todos concordaram que era uma boa terra, e
exibiram o rico fruto que haviam trazido como prova. Um cacho de uvas era tão
grande que dois homens o carregavam numa vara. Também trouxeram figos e romãs,
que ali cresciam em abundância. Depois de falarem da fertilidade da terra,
todos menos dois falaram desencorajadamente de sua capacidade de possuí-la.
Disseram que era mui forte o povo que habitava a terra, e que as cidades eram
rodeadas de grandes e altos muros, e além do mais, viram lá os filhos do
gigante Enaque. Então descreveram como o povo estava situado ao redor de Canaã,
e a impossibilidade de possuí-la. Ao
ouvir o povo este relatório, deu vazão ao seu desapontamento com amargas
reprovações e lamentos. Não esperaram, nem refletiram ou arrazoaram que DEUS, que os havia trazido até ali, podia certamente
dar-lhes a terra. Cederam de uma vez ao desencorajamento. Limitaram o poder do
ALTÍSSIMO e não confiaram em DEUS, que até então os conduzira. Acusaram a
Moisés e em murmuração disseram uns para os outros: isto, então, é o fim de
todas as nossas esperanças. Esta é a terra, por cuja obtenção viajamos do
Egito.
Calebe e Josué procuraram ser ouvidos, porém o povo estava tão excitado que não podia dominar-se para prestar atenção a esses dois homens. Depois que se acalmaram um pouco, Calebe se aventurou a falar. Disse ao povo: “Eia! subamos, e possuamos a terra, porque certamente prevaleceremos contra ela.” Mas os homens que com ele subiram, disseram: “Não poderemos subir contra aquele povo, porque é mais forte do que nós.” E continuaram a repetir seu mau relatório, e a declarar que todos os homens eram de grande estatura. “Também vimos ali gigantes (os filhos de Enaque são descendentes de gigantes), e éramos aos nossos próprios olhos como gafanhotos, e assim também o éramos aos seus olhos.”
Israel murmura outra vez
“Levantou-se,
pois, toda a congregação, e gritou em voz alta; e o povo chorou aquela noite.
Todos os filhos de Israel murmuraram contra Moisés e contra Arão; e toda a
congregação lhes disse: oxalá tivéssemos morrido na terra do Egito! ou mesmo
neste deserto! E por que nos traz o SENHOR a esta terra, para cairmos à espada,
e para que nossas mulheres e nossas crianças sejam por presa? Não nos seria
melhor voltarmos para o Egito? E diziam uns aos outros: Levantemos a um para
nosso capitão, e voltemos para o Egito. Então Moisés e Arão caíram sobre seus
rostos perante a congregação dos filhos de Israel.” Os israelitas não somente
deram vazão às suas queixas contra Moisés, mas acusaram o próprio DEUS de
portar-Se enganosamente com eles, prometendo-lhes uma terra que eram incapazes
de possuir. Seu espírito rebelde, aqui subiu tão alto, que, esquecidos do braço
forte da Onipotência que os havia trazido da terra do Egito e conduzido por uma
série de milagres, resolveram escolher um capitão para levá-los de volta ao
Egito, onde tinham sido escravos e sofrido tanta opressão. Chegaram a designar
um capitão, descartando-se assim de Moisés, seu paciente e tolerante líder; e
murmuraram amargamente contra DEUS. Moisés e Arão caíram sobre seus rostos
diante do Senhor na presença de toda congregação, para implorar a misericórdia
de DEUS em favor do povo rebelde. Mas sua tristeza e pesar eram demasiado
grandes para serem expressos. Permaneceram prostrados em completo silêncio.
Calebe e Josué rasgaram suas vestes como expressão da mais profunda tristeza.
“E falaram a toda a congregação dos filhos de Israel, dizendo: A terra pelo
meio da qual passamos a espiar é terra muitíssimo boa. Se o SENHOR Se agradar
de nós, então nos fará entrar nessa terra, e no-la dará: terra que mana leite e
mel. Tão-somente não sejais rebeldes contra o SENHOR, e não temais o povo dessa
terra, porquanto como pão os podemos devorar; retirou-se deles o Seu amparo; o
SENHOR é conosco; não os temais.”
“Retirou-se
deles o Seu amparo.” Isto é, os cananeus tinham enchido a medida de sua iniquidade,
a divina proteção foi retirada deles, e eles se sentiam perfeitamente seguros e
estavam despreparados para a batalha; e, pelo concerto de DEUS, a terra nos
está assegurada. Em vez de estas palavras produzirem o efeito desejado sobre o
povo, elas incrementaram sua obstinada rebelião. Ficaram irados e clamaram alto
e em fúria que Calebe e Josué deviam ser apedrejados, o que teria sido feito
não tivesse o SENHOR Se interposto mediante uma mui assinalada exibição de Sua
terrível glória no tabernáculo da congregação, diante de todos os filhos de
Israel.
Prevalece o apelo de Moisés
Moisés foi ao
tabernáculo a fim de comunicar-se com DEUS. “Disse o SENHOR a Moisés: Até
quando Me provocará este povo, e até quando não crerão em Mim, a despeito de
todos os sinais que fiz no meio deles? Com pestilência o ferirei, e o
deserdarei; e farei de ti povo maior e mais forte do que este. Respondeu Moisés
ao SENHOR: Os egípcios não somente ouviram que com a Tua força fizeste subir
este povo do meio deles, mas também o disseram aos moradores desta terra;
ouviram que Tu, ó SENHOR, estás no meio deste povo, que face a face, ó SENHOR,
lhes apareces, Tua nuvem está sobre eles, e vais adiante deles numa coluna de
nuvem de dia, e numa coluna de fogo de noite. Se matares este povo como a um só
homem, as gentes, pois, que antes ouviram a Tua fama, dirão: Não podendo o
SENHOR fazer entrar este povo na terra que lhe prometeu com juramento, os matou
no deserto.”
Moisés de novo
recusa admitir que Israel seja destruído, e ele próprio se torne uma nação mais
poderosa que Israel. Este favorecido servo de DEUS manifesta seu amor por
Israel e mostra seu zelo pela glória de seu CRIADOR e honra de seu povo: como
tens perdoado este povo desde o Egito até agora, tens sido longânimo e
misericordioso até aqui com este povo ingrato; indigno como possa ser, Tua
misericórdia é a mesma. Ele suplica: portanto, não os pouparias desta vez,
dando mais um exemplo de divina paciência aos muitos que já tens dado?
“Tornou-lhe o SENHOR. Segundo a tua palavra Eu lhe perdoei. Porém, tão certo como Eu vivo, e como toda a Terra se encherá da glória do SENHOR, nenhum dos homens que, tendo visto a Minha glória e os prodígios que fiz no Egito e no deserto, e todavia Me puseram à prova já dez vezes e não obedeceram à Minha voz, nenhum deles verá a terra que com juramento prometi a seus pais, sim, nenhum daqueles que Me desprezaram, a verá. Porém, o Meu servo Calebe, visto que nele houve outro espírito, e perseverou em seguir-Me, Eu o farei entrar na terra que espiou, e a sua descendência a possuirá.”
Volta ao deserto
O SENHOR ordenou
que os hebreus retornassem para o deserto, pelo caminho do Mar Vermelho.
Estavam muito perto da boa terra, porém, por sua ímpia rebelião, perderam a
proteção de DEUS. Tivessem eles recebido o relatório de Calebe e Josué, e
avançado imediatamente, DEUS lhes teria dado a terra de Canaã. Mas foram
incrédulos e mostraram tão insolente espírito contra DEUS que trouxeram sobre
si mesmos o aviso de que jamais entrariam na Terra Prometida. Foi por piedade e
misericórdia que DEUS os enviou de volta pelo Mar Vermelho, pois os amalequitas
e cananeus, enquanto eles demoravam e murmuravam, ouviram a respeito dos espias
e se prepararam para fazer guerra contra os filhos de Israel.
“Depois disse o
SENHOR a Moisés e Arão: Até quando sofrerei esta má congregação que murmura
contra Mim? Tenho ouvido as murmurações que os filhos de Israel proferem contra
Mim.” O SENHOR ordenou a Moisés e Arão que dissessem ao povo que Ele faria como
eles haviam falado. Eles haviam dito: “Oxalá tivéssemos morrido na terra do
Egito! ou mesmo neste deserto!” Agora DEUS os tomaria em sua palavra. Mandou
Seus servos dizer-lhes que morreriam no deserto, os de vinte anos para cima,
por causa de sua rebeldia e murmuração contra o SENHOR. Apenas Calebe e Josué,
entrariam na terra de Canaã. “Mas os vossos filhos, de que dizeis: Por presa
serão, farei entrar nela; e eles conhecerão a terra que vós desprezastes.”
O SENHOR Declarou
que os filhos dos hebreus deviam vaguear no deserto quarenta anos, contados do
tempo em que deixaram o Egito, devido à rebelião de seus pais, até que os pais
estivessem todos mortos. Assim deviam eles suportar e sofrer as consequências
de suas iniquidades quarenta anos, de acordo com o número de dias em que
espiaram a terra, um dia para cada ano. “E tereis experiência do Meu
desagrado.” Eles deviam compreender plenamente que era a punição por sua
idolatria e rebeldes murmurações, que tinham obrigado o SENHOR a mudar Seu
propósito concernente a eles. A Calebe e Josué foi prometida uma recompensa em
primazia a toda hoste de Israel, porque estes tinham perdido todo o direito de
reclamar o favor e proteção de DEUS.
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