É DESSE JEITO!
Depois da morte
de Moisés, Josué devia ser o líder de Israel, a fim de conduzi-los à Terra
Prometida. Ele tinha sido primeiro-ministro de Moisés durante a maior parte do
tempo em que os israelitas vaguearam no deserto. Tinha visto as maravilhosas
obras de DEUS operadas por Moisés, e bem compreendido a disposição do povo.
Fora um dos doze espias enviados a investigar a Terra Prometida, e um dos dois
que deram o fiel relato de suas riquezas e que encorajaram o povo a seguir na
força de DEUS para possuí-la. Estava bem qualificado para este importante
cargo. O SENHOR prometeu a Josué ser com ele, como tinha sido com Moisés,
fazendo Canaã cair como fácil conquista para ele, com a condição de que fosse
fiel em observar todos os Seus mandamentos. Estava ansioso quanto ao modo como
deveria executar sua comissão de conduzir o povo para a terra de Canaã, mas
este encorajamento removeu seus temores.
Josué ordenou
aos filhos de Israel que se preparassem para uma jornada de três dias, e que
todos os homens de guerra fossem para a batalha. “Então responderam a Josué,
dizendo: Tudo quanto nos ordenaste faremos, e aonde quer que nos enviares
iremos. Como em tudo obedecemos a Moisés, assim obedeceremos a ti; tão-somente
seja o Senhor teu Deus contigo, como foi com Moisés. Todo homem que se rebelar
contra as tuas ordens e não obedecer às tuas palavras em tudo quanto lhe
ordenares, será morto: tão-somente sê forte e corajoso.”
A passagem dos
israelitas através do Jordão devia ser miraculosa. “Disse Josué ao povo: Santificai-vos,
porque amanhã o SENHOR fará maravilhas no meio de vós. E também falou aos
sacerdotes, dizendo: Levantai a arca da aliança, e passai adiante do povo. Levantaram,
pois, a arca da aliança e foram andando adiante do povo. Então disse o Senhor a
Josué: Hoje começarei a engrandecer-te perante os olhos de todo o Israel, para
que saibam que, como fui com Moisés, assim serei contigo.”
Cruzando o Jordão
Os sacerdotes
deviam ir na frente do povo, levando a Arca que continha a Lei de DEUS. Quando
seus pés tocaram a orla do Jordão, as águas pararam de correr, e os sacerdotes
passaram, levando a arca, que era símbolo da Presença Divina, e a hoste dos
hebreus os seguiu. Quando os sacerdotes estavam no meio do Jordão, foi-lhes
ordenado permanecer no leito do rio até que toda a hoste de Israel tivesse
passado. Aqui a então existente geração de israelitas ficou convencida de que
as águas do Jordão estavam sujeitas ao mesmo poder que seus pais tinham visto
exibir-se no Mar Vermelho quarenta anos antes. Muitos deles tinham passado
através do Mar Vermelho quando eram crianças. Agora, passavam pelo Jordão,
homens de guerra, inteiramente equipados para a batalha.
Depois que a
hoste inteira de Israel tinha passado pelo Jordão, Josué ordenou aos sacerdotes
que saíssem do rio. Tão logo os sacerdotes, portando a arca do concerto, saíram
do rio, e pisaram a terra seca, o Jordão rolou como dantes e inundou todas as
suas margens. Este maravilhoso milagre realizado em favor dos israelitas,
aumentou grandemente sua fé. Para que este inaudito prodígio não fosse jamais
esquecido, o SENHOR instruiu a Josué que ordenasse que homens de destaque, um
de cada tribo, tomassem pedras do leito do rio, do local onde estiveram os pés
dos sacerdotes, enquanto a hoste de hebreus estava passando, levando-as sobre
os ombros, para erigir um monumento em Gilgal, a fim de guardar na lembrança o
fato de que Israel atravessara o Jordão em terra seca. Depois que os sacerdotes
saíram do Jordão, Deus retirou Sua poderosa mão, e as águas precipitaram-se
como uma portentosa catarata, seguindo em seu próprio canal.
Quando todos os
reis dos amorreus e os reis dos cananeus ouviram que o Senhor detivera as águas
do Jordão diante dos filhos de Israel, o coração derreteu-se-lhes de temor. Os
israelitas tinham matado dois dos reis de Moabe, e sua miraculosa passagem
através do volumoso e impetuoso Jordão encheu-os do maior terror. Josué então
circuncidou todo o povo que tinha nascido no deserto. Depois desta cerimônia
celebraram a páscoa nas planícies de Jericó. “Disse mais o SENHOR a Josué:
Hoje revolvi de sobre vós o opróbrio do Egito.”
Nações pagãs tinham
vituperado o SENHOR e Seu povo porque os hebreus não haviam possuído a Terra de
Canaã, a qual esperavam como herança logo depois de deixarem o Egito. Seus
inimigos tinham triunfado porque haviam por tanto tempo vagueado no deserto, e
orgulhosamente erguiam-se contra DEUS, declarando que Ele não fora capaz de
introduzi-los na terra de Canaã. Tinham eles agora cruzado o Jordão em terra
seca, e seus inimigos não podiam mais ridicularizá-los.
O maná tinha
continuado a cair até este tempo, mas agora que os israelitas estavam para
possuir Canaã e comer do fruto da terra, não tinham mais necessidade dele e o
mesmo cessou.
O
Príncipe do Exército do SENHOR
Quando Josué se
afastou dos exércitos de Israel, para meditar e pedir a DEUS que Sua presença
especial o acompanhasse, viu um homem de estatura elevada, em vestes
guerreiras, com uma espada desembainhada na mão. Josué não o reconheceu como
alguém dos exércitos de Israel, mas não tinha aparência de ser um inimigo. Em
seu zelo acercou-se dele e perguntou: “És tu dos nossos, ou dos nossos
adversários? Respondeu Ele: Não; sou Príncipe do Exército do SENHOR, e acabo de
chegar. Então Josué se prostrou sobre o seu rosto na terra, e O adorou, e
disse-Lhe: Que diz meu Senhor ao Seu servo? Respondeu o Príncipe do Exército do
SENHOR a Josué: Descalça as sandálias de teus pés, porque o lugar em que estás
é santo. E fez Josué assim.”
Este não era um
anjo comum. Era o SENHOR JESUS CRISTO, Aquele que havia conduzido os hebreus
através do deserto, envolto numa coluna de fogo à noite e numa coluna de nuvem
durante o dia. O lugar era santificado pela Sua presença; portanto, a Josué foi
ordenado tirar suas sandálias.
O SENHOR então instruiu a Josué quanto ao método que devia seguir para tomar Jericó. Todos os homens de guerra deviam rodear a cidade uma vez cada dia durante seis dias, e no sétimo dia deviam fazê-lo sete vezes.
A tomada de Jericó
“Então
Josué, filho de Num, chamou os sacerdotes, e disse-lhes: Levai a arca da
aliança; e sete sacerdotes levem sete trombetas de carneiros, adiante da arca
do SENHOR. E disse ao povo: Passai e rodeai a cidade; e quem estiver armado,
passe adiante da Arca do SENHOR. Assim foi que, como Josué dissera ao povo, os
sete sacerdotes, com as sete trombetas de carneiros diante do SENHOR, passaram,
e tocaram as trombetas; e a Arca da Aliança do SENHOR os seguia.
“Os homens armados iam adiante dos
sacerdotes que tocavam as trombetas; a retaguarda seguia após a Arca, e as
trombetas soavam continuamente. Porém ao povo ordenara Josué, dizendo: Não
gritareis, nem fareis ouvir a vossa voz, nem sairá palavra alguma da vossa
boca, até ao dia em que eu vos diga: Gritai. Então gritareis. Assim a Arca do
SENHOR rodeou a cidade, contornando-a uma vez. Entraram no arraial e ali
pernoitaram.”
A hoste hebreia
marchou em perfeita ordem. Primeiro, ia um selecionado corpo de homens armados,
vestidos com suas vestes guerreiras, agora não para exercer sua habilidade em
armas, mas somente crer e obedecer às instruções que lhes foram dadas. Em
seguida iam sete sacerdotes com as trombetas. Então vinha a Arca de DEUS,
resplandecendo de ouro, com um halo de glória pairando sobre ela, levada pelos
sacerdotes em suas ricas e peculiares roupagens que denotavam seu ofício
sagrado. O vasto exército de Israel seguia em perfeita ordem, cada tribo
debaixo de seu respectivo estandarte. Assim rodearam a cidade com a Arca de
DEUS. Nenhum som era ouvido além das pisadas da poderosa hoste, e a solene voz
das trombetas ecoava pelas montanhas, e ressoava através da cidade de Jericó.
Admirados e
alarmados, os vigias da cidade condenada observam cada movimento, e relatam-no
às autoridades. Não sabem dizer tudo o que esta exibição significa. Alguns
ridicularizam a ideia de que a cidade fosse tomada dessa maneira, enquanto
outros ficam temerosos, ao contemplar o esplendor da arca e a solene e
impressionante aparência dos sacerdotes e da hoste de Israel em seguimento, com
Josué à frente. Lembram-se de que o Mar Vermelho, quarenta anos antes,
abrira-se diante deles, e que lhes fora preparada uma passagem através do rio
Jordão. Estão demasiado aterrorizados para gracejar. São cuidadosos em manter
os portões da cidade completamente fechados, e poderosos guerreiros guardam
cada portão.
Por seis dias o
exército de Israel realizou o seu circuito ao redor da cidade. No sétimo dia
rodearam Jericó sete vezes. Ao povo fora ordenado, como usualmente, ficar em
silêncio. Apenas o som das trombetas devia ser ouvido. O povo devia estar
atento, e quando os trombeteiros dessem um toque mais demorado que o usual,
então todos deviam gritar com alta voz, pois o Senhor lhes tinha dado a cidade.
“No
sétimo dia madrugaram ao subir da alva, e da mesma sorte rodearam a cidade sete
vezes: somente naquele dia rodearam a cidade sete vezes. E sucedeu que, na
sétima vez, quando os sacerdotes tocavam as trombetas, disse Josué ao povo:
Gritai; porque o Senhor vos entregou a cidade.” “Gritou, pois, o povo e os
sacerdotes tocaram as trombetas. Tendo ouvido o povo o sonido da trombeta e
levantado grande grito, ruíram as muralhas, e o povo subiu à cidade, cada qual
em frente de si e a tomaram.”
DEUS tencionava
mostrar aos israelitas que a conquista de Canaã não devia ser atribuída a eles.
O Príncipe do Exército do SENHOR venceu Jericó. Ele e Seus anjos estavam
empenhados na conquista. CRISTO ordenou ao exército celestial que deitasse
abaixo os muros de Jericó e preparasse uma entrada para Josué e o exército de
Israel. DEUS, neste maravilhoso milagre, não apenas fortaleceu a fé de Seu povo
no Seu poder de subjugar os inimigos, mas repreendeu sua anterior incredulidade.
Jericó desafiara
o exército de Israel e o DEUS do Céu. Quando contemplaram a hoste de Israel
marchando ao redor da cidade uma vez por dia, ficaram alarmados; porém olharam para
suas fortes defesas, seus firmes e altos muros, e se sentiram seguros de que
resistiriam a qualquer ataque. Entretanto, quando seus firmes muros subitamente
tremeram, e caíram com estrépito ensurdecedor, à semelhança do estampido de
ruidoso trovão, ficaram paralisados de terror e não puderam oferecer
resistência alguma.
Josué, sábio e consagrado líder.
Mancha alguma
repousava sobre o santo caráter de Josué. Era um líder sábio. Sua vida fora
inteiramente devotada a DEUS. Antes de morrer reuniu a hoste de hebreus e,
seguindo o exemplo de Moisés, recapitulou suas jornadas no deserto e também a
conduta misericordiosa de DEUS para com eles. Então, com eloquência, se dirigiu
a eles. Relatou-lhes que o rei de Moabe lhes fizera guerra, chamando Balaão para
amaldiçoá-los; porém DEUS “não quis ouvir a Balaão: e ele teve de vos
abençoar”. Então disse-lhes: “Porém, se vos parece mal servir ao Senhor,
escolhei hoje a quem sirvais: se os deuses a quem serviram vossos pais, que
estavam dalém do Eufrates, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais.
Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR.
“Então respondeu o povo, e disse: Longe de
nós o abandonarmos o SENHOR para servirmos a outros deuses; porque o SENHOR é o
nosso DEUS; Ele é quem nos fez subir, a nós e a nossos pais, da terra do Egito,
da casa da servidão, quem fez estes grandes sinais aos nossos olhos, e nos
guardou por todo o caminho que andamos, e entre todos os povos pelo meio dos
quais passamos.”
O povo renovou
seu concerto com Josué. Disseram-lhe: “Ao SENHOR nosso DEUS serviremos, e
obedeceremos à Sua voz.” Josué escreveu as palavras de sua aliança no
livro que continha as leis e estatutos dados a Moisés. Josué era amado e
respeitado por todo o Israel, e sua morte foi muito lamentada por eles.
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