DEUS conhece o fim desde o
princípio. Sabia, antes do nascimento de Jacó e Esaú, que caráter ambos iriam
desenvolver. Sabia que Esaú não teria um coração obediente a ELE. Respondeu a
aflita oração de Rebeca e informou-a de que teria dois filhos e o mais velho
serviria o mais novo. Apresentou-lhe a história futura dos dois filhos, que
eles seriam duas nações, uma maior do que a outra, e que o mais velho serviria
o mais jovem. O primogênito era agraciado com vantagens peculiares e
privilégios especiais, os quais não pertenciam a nenhum outro membro da família.
Isaque amava Esaú mais do que a
Jacó, porque Esaú lhe providenciava caça. Ele se agradava de seu espírito
ousado e corajoso manifestado na caça aos animais selvagens. Jacó era o filho
favorito da mãe, porque sua disposição era meiga e mais susceptível de fazê-la
feliz. Jacó aprendera de sua mãe o que DEUS lhe tinha ensinado, que o mais
velho devia servir o mais novo, e seu juvenil raciocínio levou-o a concluir que
esta promessa não seria cumprida enquanto Esaú tivesse os privilégios
conferidos ao primogênito. E quando Esaú voltou do campo, desfalecido pela
fome, Jacó aproveitou a oportunidade para tornar a necessidade de Esaú a sua
própria vantagem, e propôs alimentá-lo com um cozido se ele renunciasse a todos
os títulos de sua primogenitura, e Esaú vendeu sua primogenitura a Jacó.
Esaú tomou duas esposas
idólatras, o que foi uma grande angústia para Isaque e Rebeca. Não obstante
isto, Isaque amava Esaú mais do que a Jacó. Quando imaginou que estava perto da
morte, pediu a Esaú que lhe preparasse um guisado de caça, para que pudesse
abençoá-lo antes de morrer. Esaú não contou ao pai que tinha vendido os
direitos de nascimento para Jacó e confirmado isto com um juramento. Rebeca
ouviu as palavras de Isaque, e relembrou as palavras do SENHOR: “O mais velho
servirá ao mais moço”, e ela sabia que Esaú tinha considerado levianamente sua
primogenitura, vendendo-a a Jacó. Persuadiu a Jacó a enganar seu pai e pela
fraude receber as bênçãos paternas, as quais pensava não pudessem ser obtidas
de outra maneira. Jacó a princípio estava indisposto a praticar este engano,
mas finalmente consentiu com os planos de sua mãe. Rebeca tinha conhecimento da
parcialidade de Isaque para com Esaú, e estava convencida de que argumentos não
mudariam o seu propósito. Em vez de confiar em DEUS, o Ordenador dos eventos,
ela manifestou sua falta de fé persuadindo Jacó a ludibriar seu pai. O
procedimento de Jacó nisto não foi aprovado por DEUS. Rebeca e Jacó deviam ter
esperado que DEUS executasse SEUS próprios propósitos à Sua própria maneira, e
em SEU próprio tempo, em vez de procurar cumprir os eventos preditos com a ajuda
do engano.
Se Esaú tivesse recebido a bênção de seu pai, que era conferida ao primogênito, sua prosperidade só poderia ter vindo de DEUS; e Ele tê-lo-ia abençoado com prosperidade ou atraído sobre ele adversidade, de acordo com seu procedimento. Se ele amasse e reverenciasse a DEUS, como o justo Abel, poderia ser aceito e abençoado por DEUS. Se, como o ímpio Caim, ele não tivesse respeito por DEUS nem por SEUS Mandamentos, mas seguisse sua própria conduta corrupta, não receberia a bênção de DEUS e seria rejeitado, como foi Caim. Se a conduta de Jacó fosse justa, se amasse e temesse a DEUS, seria Abençoado por DEUS, e a mão prosperadora de DEUS seria com ele, ainda que não obtivesse a bênção e os privilégios geralmente concedidos ao primogênito.
Jacó no exílio
Rebeca arrependeu-se
amargamente do conselho errado que havia dado a Jacó, pois isto significou sua
separação dela para sempre. Ele foi compelido a fugir para salvar sua vida da
ira de Esaú, e sua mãe nunca mais voltou a ver-lhe o rosto. Isaque viveu muitos
anos depois de ter abençoado a Jacó, e ficou convencido, pela conduta de Esaú e
Jacó, que a bênção certamente pertencia a Jacó.
Jacó não foi feliz em seus
casamentos, embora suas esposas fossem irmãs. Ele formulou com Labão um
contrato de casamento com sua filha Raquel, a quem amava. Depois de ter servido
sete anos por Raquel, Labão o enganou e lhe deu Lia. Quando Jacó compreendeu o
engano que tinha sido praticado contra ele, e que Lia tinha tido parte em
enganá-lo, ele não pôde amá-la. Labão desejou reter os fiéis serviços de Jacó
por maior espaço de tempo, então o enganou dando-lhe Lia em lugar de Raquel.
Jacó reprovou Labão por sua leviandade com suas afeições, dando-lhe Lia a quem
não amava. Labão persuadiu Jacó a não repudiar Lia, pois isto seria considerado
uma grande desgraça, não somente para a esposa, mas para toda a família. Jacó
foi colocado numa posição muito probante, mas decidiu ainda reter Lia, e também
casar com sua irmã. Lia era amada com muito menos intensidade do que Raquel. Labão
era egoísta em seus negócios com Jacó. Pensava unicamente em vantagens próprias
do fiel labor de Jacó. Este teria deixado o astucioso Labão muito antes, mas
temia encontrar-se com Esaú. Ouvia as queixas dos filhos de Labão, dizendo: “Jacó se apossou de tudo o que era de nosso pai; e do que era de nosso pai juntou ele toda essa riqueza. Jacó, por sua vez, reparou que o rosto de Labão não lhe era favorável, como anteriormente.” Jacó
ficou angustiado. Não sabia para que lado se volver. Apresentou seu caso a DEUS
e rogou pela direção DELE. O SENHOR misericordiosamente respondeu a sua angustiada
oração. “E disse o SENHOR a Jacó: Torna à terra de teus pais, e à tua parentela; e EU serei contigo”.
“Então Jacó mandou vir Raquel e Lia ao campo, para junto de seu rebanho, e lhes disse: Vejo que o rosto de vosso pai não me é favorável como anteriormente; porém o DEUS de meu pai tem estado comigo. Vós mesmas sabeis que com todo empenho tenho servido a vosso pai; mas vosso pai me tem enganado, e por dez vezes me mudou o salário; porém DEUS não lhe permitiu que me fizesse mal nenhum.” Jacó relatou-lhes o sonho que DEUS lhe dera, para deixar Labão e ir à sua parentela. Raquel e Lia expressaram seu descontentamento pelo procedimento de seu pai. Quando Jacó lhes relatou seus enganos e propôs deixarem Labão, Raquel e Lia disseram: “Há ainda para nós parte ou herança na casa de nosso pai? Não nos considera ele como estrangeiras? pois nos vendeu, e consumiu tudo o que nos era devido. Porque toda a riqueza que DEUS tirou de nosso pai, é nossa e de nossos filhos; agora, pois, faze tudo o que DEUS te disse.”
O retorno a Canaã
Na ausência de Labão, Jacó tomou sua família e
tudo quanto tinha, e deixou Labão. Depois de ter prosseguido sua viagem por
três dias, Labão soube que ele o deixara, e ficou muito irado. Seguiu após ele,
determinado a fazê-lo voltar pela força. Porém, o SENHOR teve pena de Jacó, e
quando Labão estava para alcançá-lo, deu-lhe um sonho para não falar bem nem
mal a Jacó. Isto é, não devia forçá-lo a voltar, nem instar com ele mediante
incentivos lisonjeiros.
Quando Labão encontrou Jacó,
perguntou porque ele havia fugido ocultamente e levado suas filhas como cativas
tomadas pela espada. Disse Labão a Jacó: “Há poder em minhas mãos para vos fazer mal, mas o DEUS de vosso pai me falou, ontem à noite, e disse: Guarda-te, não fales a Jacó nem bem nem mal.” Jacó
então expôs a Labão o procedimento ambicioso que tinha seguido em relação a
ele, e que tinha buscado somente sua vantagem pessoal. Apelou para Labão quanto
à integridade de sua própria conduta para com ele, e disse: “Nem te apresentei o que era despedaçado pelas feras; sofri o dano; da minha mão o requerias, assim o furtado de dia, como de noite. De maneira que eu andava, de dia consumido pelo calor, de noite pela geada; e o meu sono me fugia dos olhos.” Jacó disse: “Vinte anos permaneci em tua casa; catorze anos te servi por tuas duas filhas, e seis anos por teu rebanho; dez vezes me mudaste o salário. Se não fora o DEUS de meu pai, o DEUS de Abraão, e o Temor de Isaque, por certo me despedirias agora de mãos vazias. DEUS me atendeu ao sofrimento, e ao trabalho das minhas mãos, e te repreendeu ontem à noite.”
Labão, então assegurou a Jacó
que tinha interesse por suas filhas e seus filhos, e não podia prejudicá-los.
Propôs fazer um concerto entre eles. Disse Labão: “Vem, pois; e façamos aliança eu e tu, que sirva de testemunho entre mim e ti. Então Jacó tomou uma pedra, e a erigiu por coluna. E disse a seus irmãos: Ajuntai pedras. E tomaram pedras, e fizeram um montão, ao lado do qual comeram.”
Disse Labão: “Vigie o SENHOR entre mim e ti, e nos julgue quando estivermos separados um do outro: Se maltratares as minhas filhas, e tomares outras mulheres além delas, não estando ninguém conosco; atenta que DEUS é testemunha entre mim e ti.”. Jacó fez um solene concerto
diante do SENHOR de que não tomaria outras esposas. “Disse mais Labão a Jacó: Eis aqui este montão, e esta coluna que levantei entre mim e ti. Seja o montão testemunha, e seja a coluna testemunha de que para mal não passarei o montão para lá, e tu não passarás o montão e a coluna para cá. O DEUS de Abraão, e o DEUS de Naor, o DEUS do pai deles julgue entrenós. E jurou Jacó pelo Temor de seu pai Isaque.”
Ao seguir Jacó o seu caminho,
os Anjos de Deus vieram ao seu encontro. Quando ele os viu disse: “Este é o acampamento de DEUS.” Ele viu
os Anjos de DEUS em sonho, acampados ao seu redor. Jacó enviou uma humilde e
conciliatória mensagem a seu irmão Esaú. “Voltaram os mensageiros a Jacó dizendo: Fomos a teu irmão Esaú, também ele vem de caminho para se encontrar contigo, e quatrocentos homens com ele. Então Jacó teve medo e se perturbou; dividiu em dois bandos o povo que com ele estava, e os rebanhos, os bois e os camelos. Pois disse: Se vier Esaú a um bando e o ferir, o outro bando escapará.”
“E orou Jacó: DEUS de meu pai Abraão, e DEUS de meu pai Isaque, ó SENHOR, que me disseste: Torna à tua terra, e à tua parentela, e te farei bem; sou indigno de todas as misericórdias e de toda a fidelidade, que tens usado para com teu servo; pois com apenas o meu cajado atravessei este Jordão; já agora sou dois bandos. Livra-me das mãos de meu irmão Esaú, porque eu o temo, para que não venha ele matar-me, e as mães com os filhos. E disseste: Certamente EU te farei bem, e dar-te-ei a descendência como a areia do mar, que, pela multidão, não se pode contar.”
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Nossa obra é ensinar homens e mulheres a edificar sobre uma Base Verdadeira, a firmar os pés num claro:
"Assim Diz o SENHOR"