Os descendentes de Sete foram chamados filhos de DEUS; os descendentes de Caim, filhos dos homens. Como os filhos de DEUS se misturassem com os filhos dos homens, tornaram-se corruptos e, pela união em casamento com eles, perderam, mediante a influência de suas esposas, seu peculiar e santo caráter, e uniram-se com os filhos de Caim em sua idolatria. Muitos puseram de lado o temor de DEUS e pisaram SEUS Mandamentos. Mas havia uns poucos que praticavam a justiça, que temiam e honravam ao seu CRIADOR. Noé e sua família estavam entre estes poucos justos.
A maldade do
homem era tão grande, e aumentou a um ponto tão terrível, que DEUS Se
arrependeu de ter criado o homem sobre a Terra, pois viu que a maldade do homem
era grande, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era má
continuamente. Mais de uma centena de anos antes do Dilúvio o SENHOR mandou um
Anjo ao fiel Noé para fazê-lo saber, que Ele não mais teria misericórdia da
raça corrupta. Mas não queria que ignorassem o Seu desígnio. Instruiria a Noé e
faria dele um fiel pregador para advertir o mundo da breve destruição, para que
os habitantes da Terra ficassem sem escusas. Noé devia pregar ao povo, e também
preparar uma arca como DEUS lhe ia mostrar, para salvar a si e sua família. Não
devia apenas pregar, mas seu exemplo em construir a arca devia convencer a
todos de que ele cria no que pregava.
Noé e sua
família não estavam sozinhos em temer e obedecer a DEUS. Mas Noé era o mais
piedoso e santo de todos sobre a Terra, e foi aquele cuja vida DEUS preservou
para levar a cabo a construção da arca e para advertir o mundo de sua
condenação por vir. Matusalém, o avô de Noé, viveu até o próprio ano do
dilúvio; houve outros que creram na pregação de Noé e o ajudaram na construção
da arca, os quais morreram antes do dilúvio de águas vir sobre a Terra. Noé,
pela sua pregação e exemplo em construir a arca, condenou o mundo. DEUS deu a
todos que desejassem a oportunidade de arrepender-se e voltar-se para ELE. Mas
não creram na pregação de Noé. Zombaram de suas advertências e ridicularizaram
a construção daquele imenso navio em terra seca. Os esforços de Noé para
reformar seus compatriotas não tiveram êxito. Mas, por mais de cem anos ele
perseverou em seus esforços para que os homens se arrependessem e voltassem a
DEUS. Cada pancada desferida sobre a arca pregava para o povo. Noé dirigia,
pregava e trabalhava, enquanto o povo olhava com espanto e o considerava um
fanático.
Construindo a arca
DEUS deu a
Noé as dimensões exatas da arca, e instruções explícitas com relação à sua
construção em todos os pormenores. Em muitos sentidos ela não foi feita como um
navio, mas preparada como uma casa; a base como um casco que pudesse flutuar
sobre a água. Não existiam janelas nos lados da arca. Tinha três andares e a
luz era recebida de uma janela na cobertura. A porta ficava ao lado. Os
diferentes compartimentos para a recepção de diferentes animais foram feitos de
maneira que a janela do alto iluminasse a todos. A arca foi feita de cipreste
ou madeira de Gofer, a qual estaria isenta de apodrecimento por centenas de
anos. Era uma construção de grande durabilidade, que nenhuma sabedoria de homem
poderia inventar. DEUS fora o planejador, e Noé o construtor-chefe. Depois de
Noé ter feito tudo ao seu alcance para fazer corretamente cada parte do
trabalho, era impossível que ela pudesse por si mesma resistir à violência da
tempestade que Deus em Sua ardente ira ia trazer sobre a Terra. O trabalho de
acabamento da construção foi um processo lento. Cada peça de madeira foi
cuidadosamente ajustada e todas as juntas cobertas com piche. Tudo o que o
homem podia fazer se fez, para tornar perfeito o trabalho; e, afinal, depois de
tudo isto, unicamente DEUS podia preservar a construção sobre furiosas e altas
ondas, pelo Seu miraculoso poder.
A multidão a
princípio aparentemente recebeu a advertência de Noé, todavia não se voltou
para DEUS em verdadeiro arrependimento. Houve algum tempo a eles dado antes que
o dilúvio viesse, no qual foram colocados em graça — para serem provados e
testados. Falharam em suportar a prova. A degeneração prevalecente venceu-os, e
finalmente se uniram aos outros que eram corruptos, em escárnio e zombaria ao
fiel Noé. Não quiseram abandonar seus pecados e continuaram na poligamia e
condescendentes com suas paixões corrompidas. Seu período de graça estava se
aproximando do fim. Os descrentes e escarnecedores habitantes do mundo iam ter
um sinal especial do divino poder de DEUS. Noé tinha seguido fielmente as
instruções dadas por DEUS. A arca fora concluída exatamente como DEUS ordenara.
Ele tinha estocado imensas quantidades de alimento para homens e animais. Depois
que isto fora feito, DEUS ordenou ao fiel Noé: “Entra na arca, tu e toda a tua casa, porque reconheço que tens sido
justo diante de Mim no meio desta geração.”
Os animais entram na arca
Anjos foram
mandados a recolher das florestas e campos os animais que DEUS havia criado. Os
anjos foram adiante desses animais, e eles os seguiram, dois a dois, macho e
fêmea, e os animais limpos em porção de sete. Estes animais, desde os mais
ferozes até os mais mansos e inofensivos, pacífica e solenemente marcharam para
a arca. O céu parecia anuviado com pássaros de toda espécie. Eles vinham voando
para a arca, dois a dois, macho e fêmea, e os pássaros limpos aos sete. O mundo
olhava com admiração — alguns com medo, mas eles tinham se tornado tão
endurecidos pela rebelião que esta grande manifestação do poder de DEUS teve
apenas momentânea influência sobre eles. Por sete dias os animais foram
entrando na arca, e Noé os dispunha nos lugares preparados para eles.
Ao
contemplar a raça condenada, o Sol a resplandecer em sua glória, e a Terra
vestida quase em edênica beleza, baniram seus temores crescentes com
divertimento ruidoso, e, com suas ações de violência, pareciam convidar sobre
si o castigo da ira de DEUS, já despertada.
Tudo estava
pronto para o fechamento da arca, o que não podia ter sido feito de dentro por
Noé. Um Anjo foi visto pela multidão escarnecedora descendo do Céu, vestido com
luz deslumbrante semelhante a um relâmpago. Ele fechou a maciça porta, e então
outra vez tomou seu caminho de volta para o Céu.
Sete dias
esteve a família de Noé na arca antes que a chuva começasse a descer sobre a
Terra. Foi nesse tempo que eles fizeram as adaptações para a sua longa
permanência, enquanto as águas estivessem sobre a Terra. E estes foram dias de
divertimento blasfemo da multidão incrédula. Pensavam, porque a profecia de Noé
não se cumprira imediatamente depois de sua entrada na arca, que ele estava
enganado e que era impossível que o mundo pudesse ser destruído por um dilúvio.
Antes disto não tinha havido chuva sobre a Terra. Um vapor erguia-se das águas,
que DEUS fazia voltar à noite como orvalho, para reviver a vegetação e levá-la
a florescer.
Não obstante
a solene exibição do poder de DEUS que tinham testemunhado — a inusitada
ocorrência dos animais deixando as florestas e campos e entrando na arca, o Anjo
de DEUS vestido de luz deslumbrante e em terrível majestade descendo do Céu e
cerrando a porta — ainda endureceram o coração e continuaram a divertir-se e
zombar das notáveis manifestações do poder divino.
A tempestade irrompe
Mas, ao
oitavo dia o céu escureceu. O ribombo do trovão e o vívido resplendor dos
relâmpagos começaram a terrificar os homens e animais. A chuva caía das nuvens
sobre eles. Isto era algo que nunca tinham visto, e seu coração desmaiava de
temor. Os animais vagueavam de um lado para outro no mais desenfreado terror, e
seus gritos discordantes pareciam lamentar seu próprio destino e a sorte dos
homens. A violência da tempestade aumentou até que a água parecia cair do céu
como poderosas cataratas. As margens dos rios se rompiam, e as águas inundavam
os vales. Os fundamentos do grande abismo também se partiram. Jatos de água
irrompiam da terra com força indescritível, arremessando pedras maciças a
muitos metros para o ar, que ao caírem, sepultavam-se profundamente no solo. O
povo viu a princípio a destruição das obras de suas mãos. Seus esplêndidos
edifícios, e os belos jardins e bosques em que haviam colocado seus ídolos,
eram destruídos pelos raios do céu, e as ruínas se espalhavam por toda parte.
Tinham erigido altares nos bosques, consagrados aos seus ídolos, sobre os quais
ofereciam sacrifícios humanos. Estas coisas que DEUS detestava foram
subvertidas em Sua ira perante eles, e eles tremiam ante o poder do DEUS Vivo,
o CRIADOR dos céus e da Terra; e foi-lhes feito saber que foram suas
abominações e horríveis sacrifícios idólatras que haviam atraído a sua
destruição.
A violência
da tempestade aumentou, e misturados com a fúria dos elementos ouviam-se os
lamentos das pessoas que desprezaram a autoridade de DEUS. Árvores, edifícios,
rochas e terra eram arrojados em toda direção. O terror do homem e dos animais
era indescritível. O próprio Satanás, que fora obrigado a permanecer no meio
dos elementos em fúria, temeu pela sua existência. Ele se havia deleitado em
dirigir uma raça tão poderosa, e desejara que vivessem para praticar suas
abominações, e aumentar sua rebelião contra o DEUS do Céu. Proferia imprecações
contra DEUS, acusando-O de injustiça e crueldade. Muitos dentre o povo, como
Satanás, blasfemavam de DEUS, e, se pudessem levar a cabo sua rebelião,
tirá-Lo-iam de Seu Trono de Justiça.
Enquanto
muitos blasfemavam e amaldiçoavam seu CRIADOR, outros, com frenético temor,
estendendo as mãos para a arca, rogavam sua admissão ali. Mas, isto era
impossível. DEUS havia fechado a porta, a única entrada, e fechou Noé dentro e
os ímpios fora. Somente Ele podia abrir a porta. O temor e arrependimento deles
veio tarde demais. Foram compelidos a saber que havia um DEUS vivo que era mais
poderoso que o homem, a quem tinham desafiado e contra quem blasfemaram.
Clamavam a Ele ferventemente, mas Seus ouvidos não estavam abertos a seu
clamor. Alguns em seu desespero procuraram forçar a entrada na arca, porém a
firme estrutura resistiu aos seus esforços. Alguns agarraram-se à arca até que
foram arrebatados pelas águas revoltas, ou foi seu apego interrompido pela
colisão com rochas e árvores, lançadas em toda direção.
Aqueles que
haviam ignorado as advertências de Noé e ridicularizado o fiel pregador da
justiça arrependeram-se demasiado tarde de sua descrença. A arca era
severamente agitada e sacudida. Os animais, dentro, em suas variadas vozes,
exprimiam medo selvagem; mas em meio a toda fúria dos elementos, a elevação das
águas e o arremesso violento de pedras e árvores, a arca flutuava em segurança.
Anjos magníficos em poder guiavam a arca preservando-a de danos. Cada momento
durante a terrível tempestade de quarenta dias e quarenta noites a preservação
da arca foi um milagre do TODO-PODEROSO.
Os animais,
expostos à tempestade, corriam para os homens, buscando unir-se com os seres
humanos, como a esperar deles auxílio. Alguns dentre o povo amarraram seus
filhos e a si mesmos em cima de animais poderosos, sabendo que estes se
apegariam à vida, e subiriam aos pontos mais altos para escaparem das águas que
se elevavam. A tempestade não abrandou sua fúria — as águas aumentaram mais
rapidamente do que no começo. Alguns ataram-se a altas árvores sobre os
elevados pontos da terra, mas, estas árvores foram desarraigadas e lançadas com
violência através do ar como que arremessadas furiosamente, com pedras e terra,
nas elevadas e encapeladas ondas. Sobre os mais elevados pontos seres humanos e
animais lutavam para manter sua posição até que todos foram arremessados dentro
das águas enfurecidas, que quase alcançavam os píncaros da Terra. Os pontos
mais elevados foram afinal alcançados, e homens e animais igualmente pereceram
pelas águas do dilúvio.
Noé e sua família ansiosamente esperaram o decrescimento das águas, pois almejavam sair de novo à terra. Ele soltou um corvo que voava da arca para fora e voltava para a arca. Não obtendo a informação que desejava, soltou uma pomba, que, não encontrando onde pousar, retornou à arca. Depois de sete dias a pomba foi novamente solta, e quando se viu em seu bico uma folha de oliveira, houve grande regozijo por parte desta família de oito pessoas, que tinha passado tão longo tempo fechada na arca. Novamente um Anjo desceu e abriu a porta da arca. Noé podia remover a cobertura, mas não podia abrir a porta que DEUS fechara. DEUS falou a Noé mediante o Anjo que abriu a porta, e ordenou à sua família que saísse da arca tomando consigo todos os seres vivos.
O sacrifício de Noé e a promessa de
DEUS
Noé não se
esqueceu de DEUS, que graciosamente os havia preservado, e imediatamente erigiu
um altar, tomando de todo animal limpo e de toda ave limpa, para oferecer uma
oferta queimada no altar, mostrando sua fé em CRISTO, o Grande Sacrifício, e
manifestando sua gratidão a DEUS por Sua maravilhosa preservação. A oferta de
Noé subiu a DEUS como um cheiro suave. Ele aceitou a oferta e abençoou a Noé e
sua família. Aqui uma lição é ensinada a todos os que vivem sobre a Terra: que
a cada manifestação da misericórdia e amor de DEUS para com eles, o primeiro
ato de todos deve ser render-Lhe gratidão e humilde adoração. Para que não
acontecesse que a acumulação de nuvens e queda da chuva enchessem os homens de
um terror constante, proveniente do medo de um outro dilúvio, o Senhor
graciosamente encorajou a família de Noé com uma promessa: “Estabeleço a Minha aliança convosco: não será mais destruída toda
carne por águas de dilúvio, nem mais haverá dilúvio para destruir a Terra.
Disse Deus: Este é o sinal da Minha aliança que faço entre Mim e vós, e entre
todos os seres viventes que estão convosco, para perpétuas gerações. Porei nas
nuvens o Meu arco; será por sinal da aliança entre Mim e a Terra. Sucederá que,
quando Eu trouxer nuvens sobre a Terra, e nelas aparecer o arco, então Me
lembrarei da Minha aliança, firmada entre Mim e vós e todos os seres viventes
de toda carne; e as águas não mais se tornarão em dilúvio para destruir toda
carne. O arco estará nas nuvens; vê-lo-ei e Me lembrarei da aliança eterna
entre Deus e todos os seres viventes de toda carne que há sobre a Terra.”
Que condescendência da parte de DEUS! Que compaixão pelo homem falível, colocar o belíssimo e variegado arco-íris nas nuvens, sinal do concerto do grande DEUS com o homem! Este arco-íris devia tornar evidente a todas as gerações o fato de que DEUS destruiu os habitantes da Terra por um dilúvio, por causa de sua grande maldade. Era o propósito de DEUS que, quando os filhos das gerações posteriores vissem o arco-íris nas nuvens e perguntassem a significação do glorioso arco que abrange os céus, seus pais pudessem explicar-lhes a destruição do velho mundo pelo dilúvio, porque as pessoas se entregaram a toda sorte de maldades, e que as mãos do ALTÍSSIMO tinham curvado o arco e colocado nas nuvens como um sinal de que Ele nunca mais enviaria um dilúvio de águas sobre a Terra. Este símbolo nas nuvens deve confirmar a crença de todos, e estabelecer sua confiança em DEUS pois é um sinal de divina misericórdia e bondade para com o homem; que embora DEUS tivesse sido provocado a destruir a Terra pelo dilúvio, ainda assim Sua misericórdia circunda a Terra. DEUS disse que quando olhasse para o arco nas nuvens Se lembraria. Não precisa fazer-nos compreender que ELE jamais Se esquece, mas fala ao homem em sua própria linguagem, para que o homem possa melhor compreendê-Lo.
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Nossa
obra é ensinar homens e mulheres a edificar sobre uma Base Verdadeira, a firmar
os pés num claro:
"Assim Diz o SENHOR"